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Alisson Brito, assistente do quadro
da FFP e CBF — Foto: Elziney Santos |
A vida do assistente de arbitragem Alisson Lima virou
de ponta cabeça nos últimos meses. As paralisações das atividades
esportivas por conta da pandemia de coronavírus não só tiraram
Alisson do campo como também deixaram o auxiliar administrativo sem
o emprego formal, que garantia a renda principal da família.
Desempregado, o piauiense vive agora
do auxílio financeiro concedido pela CBF.
- Assim que começou essa pandemia, como eu, várias
pessoas tiveram seus empregos prejudicados. Fui afastado do mesmo
com gratificação do governo federal, mas tendo aí salários cortados.
Como já estamos bastante tempo parado, veio a demissão de alguns
funcionários, inclusive a minha – lamentou o assistente.
A ajuda financeira oferecida pela Confederação Brasileira de Futebol
aos árbitros e assistentes está em vigência desde abril e funciona
como um adiantamento das taxas pagas por jogo. Neste mês, os
contemplados devem receber a última parcela do suporte, o que liga o
alerta de Alisson, que vai precisar se desdobrar para garantir a
renda até o retorno das partidas de futebol.
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Alisson Brito (à esquerda) em jogo da
Série B do Brasileiro — Foto: Arquivo Pessoal |
- A CBF, através da sua Comissão Nacional de
Arbitragem, fez um adiantamento das taxas dos jogos que por ventura
iriamos ter que fazer quando tudo isso passar. Uma ajuda bastante
valida, tendo em vista o que estamos passando. Essas taxas a
princípio eram para ser devolvidas assim que voltarmos a atuar nas
competições nacionais. Esse aporte financeiro da CBF veio em uma boa
hora porque atualmente tenho supridos minha necessidade com ele
- disse.
Em cinco anos dedicados à arbitragem, essa é a
primeira vez que o piauiense enfrenta problemas financeiros tão
preocupantes. Antes da pandemia, Alisson conseguiu conciliar o
trabalho administrativo em um órgão do estado do Piauí com os jogos
do Campeonato Piauiense e algumas partidas do quadro da CBF.
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Alisson Lima — Crédito: Elziney Santos |
- No momento, estamos trabalhando a parte física,
fazendo o que possível para não perder o ritmo das coisas, na
esperança da volta. Esperamos logo que volte tudo ao normal porque
de fato em todos os aspectos a dificuldade vem só aumentando com
essa paralisação - explicou.
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Alisson no antigo trabalho em um órgão do
estado - Crédito: Arquivo Pessoal |
O assistente aguarda o retorno seguro das atividades
esportivas para se reestabelecer financeiramente e voltar a atuar
nas partidas estaduais e nacionais. Alisson reforçou o suporte que
também está sendo oferecido pela CBF.
- Estamos recebendo da comissão nacional vídeos testes toda
semana para analisarmos as jogadas de futebol. Atualmente, recebo
uma pré-temporada virtual de aulas divididas em temas, comandada
pelo próprio presidente Leonardo Gaciba e sua equipe – revelou.
A pandemia do coronavírus se tornou o motivo central
dessa paralisação histórica. São noventa dias sem jogos, treinos e
diversas incertezas sobre a retomada do estadual. A Federação de
Futebol do Piauí agendou para a próxima quarta-feira uma reunião com
os clubes para definir a data certo de retorno.