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    São Paulo - 12/09/2020    07:28hs

VAR esta ruim no Brasil? Na Rússia passam até por detector de mentira

Medida polêmica vem após presidente do clube da capital, que é muito íntimo de Vladimir Putin, ameaçar tirar o time do campeonato local

Crédito: Getty Images

Árbitro Vasily Kazartse e VAR foram submetidos a detector de mentiras na Rússia - Foto: Reprodução internet
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O Campeonato Brasileiro mal começou e já são várias as queixas contra o VAR - mais de uma por rodada. Insatisfação geral, chute na cabine do monitor e até comentários de que o Brasil tem o pior sistema de vídeo-arbitragem do mundo.

Porém, não é bem assim. Na Rússia, a situação não é a das melhores para os árbitros e o VAR. A temporada 2020, que está apenas em sua sexta rodada já teve até árbitros passando por detector de mentira e uma ameaça do gigante Spartak de deixar o torneio.

A cada rodada há uma ou outra polêmica, mas a maior delas aconteceu logo na abertura do torneio. Um pênalti contra o Spartak nos acréscimos do segundo tempo que resultou em um empate em 2 a 2 com o Sochi desencadeou uma seqüência surreal de eventos (Clique aqui e veja o vídeo).

O primeiro deles foi o presidente Leonid Fedun, do Spartak, minutos após o duelo ameaçando deixar a liga, algo que obviamente acabou não acontecendo.

Mas o mais inusitado foi o pedido (quase que uma exigência da União Russa de Futebol, a federação local) para que o árbitro da partida Vasily Kazartsev e o árbitro de vídeo Aleksey Eskov passassem pelo teste do polígrafo (detector mentiras) para esclarecer o diálogo que tiveram no momento do pênalti.

O árbitro passou sem problemas pelo teste e após quase um mês na geladeira voltou a atuar neste fim de semana em duelo da segunda divisão. Mas Eskov, responsável pelo VAR, não, e a investigação em relação a sua postura segue, o que pode acarretar em um banimento definitivo do futebol russo.

De acordo com relatos da mídia russa, ele teria gaguejado ao responder à pergunta se alguma vez em sua carreira recebeu dinheiro sujo durante o exercício da profissão, uma questão que não diz especificamente a sua atuação no duelo entre Spartak e Sochi.

A decisão da União Russa de Futebol de realizar o teste do polígrafo poderia acabar abrindo brecha para que isso ocorresse em outras oportunidades.

Vasily Kazartsev e o polêmico lance entre Spartak e Sochi — Foto: Sportexpress.ru

Indignado com a expulsão de um jogador de sua equipe após se queixar de um escanteio não dado de maneira incorreta pelo assistente em jogo contra o Spartak na sexta rodada, o presidente do Arsenal, Tula Guram Adzhoyev, disse que o árbitro Aleksey Matiunin deveria passar pelo detector de mentira.

"O que dizer? Jogamos 10 contra 15. Foi uma catástrofe. Que mandem Matiunin para o detector de mentiras. Por que não?" - questionou após seu time perder por 2 a 1.

Até o momento, a União Russa de Futebol não se pronunciou sobre o tema.

"Talvez o teste do polígrafo não seja algo positivo para os árbitros, pois pode deixá-los nervosos antes dos jogos e com possibilidade de cometer erros. Mas acho que é uma boa iniciativa. Se o polígrafo mostrar algo estranho, que siga então uma investigação para saber a honestidade do árbitro e se está fazendo tudo certo" - opinou ao Yahoo Esportes Maksim Allanazarov, sub-editor geral do jornal Sport Express.

Além destes dois casos mais emblemáticos, reclamações têm sido frequente sobre quando marcar ou não pênalti se a bola bate na mão de um atleta e a falta de critérios dos árbitros.

"Acho que é hora de a Federação juntar todos os árbitros e passar uma explicação clara a eles e aos clubes sobre todas as situações e que critérios devem ser usados. Não podemos toda hora ficar falando disso" - afirmou o treinador e atual comentarista da Match TV Igor Shalimov.

Na Rússia, todas as partidas da primeira divisão contam com o VAR. Ele é operado desde uma central única localizada em Moscou.

"Acho que nem os árbitros em campo, nem quem trabalha no VAR entende totalmente o sistema e como e quando deve ser usado. Várias vezes nos perguntamos porque o árbitro não vai ver o monitor. Por isso mesmo, em breve, deve chegar um especialista estrangeiro para trabalhar na federação e explicar melhor isso" - disse Allanazarov.

"O nível dos nossos árbitros não é muito alto, tanto que temos um ou dois que apitam frequentemente em grandes competições internacionais. Aqui a cada rodada sempre temos muitos erros e escândalos" - completou.

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