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Instrutora CBF e presidente CEAF/AP
Marilene da Matta com árbitros durante teste físico -
Crédito: FAF |
Os árbitros do Amapá, que pertencem ao quadro da
Seleção Nacional de Arbitragem de Futebol (Senaf), passaram por
teste físico e teórico no dia 13 de março de 2020 em Macapá com a
presença do um instrutor físico Paulo Jorge Alves, enviado pela CBF
(Confederação Brasileira de Futebol) para comandar as atividades.
Três dias após os testes, dia 16, a Comissão de
Arbitragem da CBF, através da sua escola de arbitragem, ENAF, enviou
oficio 876/ENAF/2020 para Marilene Tavares da Matta, instrutora
física e presidente da comissão de arbitragem do Amapá, comunicando
o resultado da avaliação, tanto física, quanto teórica.
O Apitonacional
teve acesso a este documento. Nele, quatro dos vinte árbitros
submetidos aos testes reprovaram, Enoque Costa Pacheco (físico),
Thaillan Azevedo Gomes (teórico), Alcione Benjamim da Costa (teórico
e físico) e Cristiane Mendes Rodrigues (teórico).
Veja resultado abaixo.
No dia 31 de julho, foi realizado o reteste para os
reprovados e por conta da pandemia do coronavírus, com instrutor
local, ou seja, Marilene da Matta. Segundo denuncia recebida pelo
Apitonacional, Enoque Pacheco
supostamente teria parado na terceira volta e, portanto, se
comprovado, teria reprovado. Porém a informação enviada pela
comissão local para a CBF foi que o mesmo foi aprovado e estava apto
a ser escalado, como informado pela entidade nacional, o que ocorreu
no dia 13 e no próximo 20 de setembro em partidas da Série D do
campeonato Brasileiro (veja abaixo).
O Apitonacional
foi atrás das informações para checar a denuncia, mas antes
esclarece que:
Por diversas oportunidades acompanhou as atividades
teóricas e físicas aplicadas pela entidade nacional que sempre foram
realizadas com transparência e profissionalismo pelos profissionais
envolvidos sem deixar quaisquer duvidas quanto ao resultado legitimo
dos testes de qualquer árbitro. Sem generalizar, o mesmo não se pode
dizer das federações estaduais, especialmente as pequenas, muitas
vezes comandadas por pessoas inescrupulosas, de má índole e
suscetíveis à coisas erradas, onde, por diversas vezes,
ocorreram todo tipo de denuncia e até mesmo matérias já foram
publicadas, tendo sido a ultima na Paraíba onde um árbitro e o então
diretor de arbitragem foram gravados antecipando o gabarito da prova
teórica.
Mea culpa
A entidade nacional (CBF) deveria fazer sua mea
culpa, pois se ao mesmo tempo envia dirigentes para assistir finais
do estadual, usa a pandemia como desculpa para não enviar
instrutores para realizar os reteste. O que prova mais uma vez a má
gestão que só poderia dar resultado desse, que é no mínimo uma
suspeita de irregularidade que precisa ser devidamente investigada.
O que eles disseram
Enoque Pacheco informou que a denuncia não é
verdadeira, pois realizou e foi aprovado no reteste conforme
relatório fotográficos. Porém não quis enviar o relatório. Informou
ainda que a informação de que ele teria parado na terceira volta não
é verdadeira, pois ninguém pode entrar no estádio onde estava sendo
realizado o reteste por conta da pandemia e que só ele e mais dois
outros colegas realizaram os testes.
Procurada, a CBF informou que Enoque Pacheco consta
como aprovado no reteste e que confia na informação passada pela
instrutora local. Porém, a entidade informou que preza pela
transparência e legalidade, que as atividades, principalmente a
física, seja realizada em espaço aberto e com acesso ao publico em
geral. O que, segundo relato do árbitro, não ocorreu em Macapá.
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Enoque Pacheco (no centro) Foto:
Rosivaldo Nascimento/Arquivo Pessoal |
Procuramos também a instrutora Marilene da Matta,
sempre disponível quando a conversa interessa, principalmente para
reclamar das perseguições que, segundo ela sofre de algozes, mas
desta vez, possivelmente se sentindo acuada ou tentando se esquivar
de uma situação que pode trazer conseqüências, como uma adolescente
mimada, não respondeu as perguntas e bloqueou nosso contato.
A titulo de informação, Marilene da Matta era membro
da ultima gestão do sindicato dos árbitros cujo presidente era
Carlos Augusto, conhecido como Carlão, ligado ao governo estadual e
a presidência da Federação Amapaense de Futebol, comanda por Neto
Góes, filho do ex-Deputado Federal Roberto Góes, um político
polêmico, porém muito influente no Estado e com inúmeros desserviços
ao futebol local. Carlão preside o sindicato desde 2002 e dizem,
nada acontece na arbitragem amapaense sem sua ordem.
Coincidentemente, ontem (quinta-feira, 17 de
setembro), ocorreu eleições no sindicato e Enoque Pacheco foi eleito
presidente, com Carlão, que vai continuar mandando, de vice, com
voto e aprovação de Marilene da Matta.
Crédito: Rosivaldo Nascimento / Giro do
Esporte Amapá |
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Marilene que sempre que possível vocifera
contra membros do sindicato, visivelmente entusiasmada, foi
fotografada na votação |