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    São Paulo - 18/09/2020    09:11hs

Árbitro supostamente reprovado em teste físico atua em jogos da CBF

Enoque Pacheco supostamente teria desistido na terceira volta do reteste, porém CBF recebeu relatório da CEAF/AP como aprovado

Instrutora CBF e presidente CEAF/AP Marilene da Matta com árbitros durante teste físico - Crédito: FAF
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Os árbitros do Amapá, que pertencem ao quadro da Seleção Nacional de Arbitragem de Futebol (Senaf), passaram por teste físico e teórico no dia 13 de março de 2020 em Macapá com a presença do um instrutor físico Paulo Jorge Alves, enviado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para comandar as atividades.

Três dias após os testes, dia 16, a Comissão de Arbitragem da CBF, através da sua escola de arbitragem, ENAF, enviou oficio 876/ENAF/2020 para Marilene Tavares da Matta, instrutora física e presidente da comissão de arbitragem do Amapá, comunicando o resultado da avaliação, tanto física, quanto teórica.

O Apitonacional teve acesso a este documento. Nele, quatro dos vinte árbitros submetidos aos testes reprovaram, Enoque Costa Pacheco (físico), Thaillan Azevedo Gomes (teórico), Alcione Benjamim da Costa (teórico e físico) e Cristiane Mendes Rodrigues (teórico).

Veja resultado abaixo.

No dia 31 de julho, foi realizado o reteste para os reprovados e por conta da pandemia do coronavírus, com instrutor local, ou seja, Marilene da Matta. Segundo denuncia recebida pelo Apitonacional, Enoque Pacheco supostamente teria parado na terceira volta e, portanto, se comprovado, teria reprovado. Porém a informação enviada pela comissão local para a CBF foi que o mesmo foi aprovado e estava apto a ser escalado, como informado pela entidade nacional, o que ocorreu no dia 13 e no próximo 20 de setembro em partidas da Série D do campeonato Brasileiro (veja abaixo).

O Apitonacional foi atrás das informações para checar a denuncia, mas antes esclarece que:

Por diversas oportunidades acompanhou as atividades teóricas e físicas aplicadas pela entidade nacional que sempre foram realizadas com transparência e profissionalismo pelos profissionais envolvidos sem deixar quaisquer duvidas quanto ao resultado legitimo dos testes de qualquer árbitro. Sem generalizar, o mesmo não se pode dizer das federações estaduais, especialmente as pequenas, muitas vezes comandadas por pessoas inescrupulosas, de má índole e suscetíveis à coisas erradas,  onde, por diversas vezes, ocorreram todo tipo de denuncia e até mesmo matérias já foram publicadas, tendo sido a ultima na Paraíba onde um árbitro e o então diretor de arbitragem foram gravados antecipando o gabarito da prova teórica.  

Mea culpa

A entidade nacional (CBF) deveria fazer sua mea culpa, pois se ao mesmo tempo envia dirigentes para assistir finais do estadual, usa a pandemia como desculpa para não enviar instrutores para realizar os reteste. O que prova mais uma vez a má gestão que só poderia dar resultado desse, que é no mínimo uma suspeita de irregularidade que precisa ser devidamente investigada.

O que eles disseram

Enoque Pacheco informou que a denuncia não é verdadeira, pois realizou e foi aprovado no reteste conforme relatório fotográficos. Porém não quis enviar o relatório. Informou ainda que a informação de que ele teria parado na terceira volta não é verdadeira, pois ninguém pode entrar no estádio onde estava sendo realizado o reteste por conta da pandemia e que só ele e mais dois outros colegas realizaram os testes.

Procurada, a CBF informou que Enoque Pacheco consta como aprovado no reteste e que confia na informação passada pela instrutora local. Porém, a entidade informou que preza pela transparência e legalidade, que as atividades, principalmente a física, seja realizada em espaço aberto e com acesso ao publico em geral. O que, segundo relato do árbitro, não ocorreu em Macapá.

Enoque Pacheco (no centro) Foto: Rosivaldo Nascimento/Arquivo Pessoal

Procuramos também a instrutora Marilene da Matta, sempre disponível quando a conversa interessa, principalmente para reclamar das perseguições que, segundo ela sofre de algozes, mas desta vez, possivelmente se sentindo acuada ou tentando se esquivar de uma situação que pode trazer conseqüências, como uma adolescente mimada, não respondeu as perguntas e bloqueou nosso contato.

A titulo de informação, Marilene da Matta era membro da ultima gestão do sindicato dos árbitros cujo presidente era Carlos Augusto, conhecido como Carlão, ligado ao governo estadual e a presidência da Federação Amapaense de Futebol, comanda por Neto Góes, filho do ex-Deputado Federal Roberto Góes, um político polêmico, porém muito influente no Estado e com inúmeros desserviços ao futebol local. Carlão preside o sindicato desde 2002 e dizem, nada acontece na arbitragem amapaense sem sua ordem.

Coincidentemente, ontem (quinta-feira, 17 de setembro), ocorreu eleições no sindicato e Enoque Pacheco foi eleito presidente, com Carlão, que vai continuar mandando, de vice, com voto e aprovação de Marilene da Matta.

Crédito: Rosivaldo Nascimento / Giro do Esporte Amapá

Marilene que sempre que possível vocifera contra membros do sindicato, visivelmente entusiasmada, foi fotografada na votação

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

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