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Árbitro troca apito pela música romântica
Árbitro carioca de futebol vira cantor romântico, grava clipe com pouca roupa e viaja o Brasil

12/09/2010 - Aos 32 anos, Alessandro Souza já não é mais árbitro de futebol. Até tentou, exercendo a profissão até o final de 2009. Porém, pendurou o apito - extra-oficialmente - de maneira discreta e hoje tenta mais sorte em nova carreira: saiu de campo o árbitro Alessandro Souza, subiu aos palcos o cantor Alessandro Leale, intérprete de músicas como "Homem Fiel", "Eu Voltei pra Ficar com Você" e "Apaixonante".

Leale se prepara para lançar seu segundo CD, "Eu e Você", pelo selo SkemaMusic. Em meio às viagens que faz pelo Brasil para divulgar seu trabalho, o árbitro - ainda ligado à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) - se mostra otimista com as perspectivas na música, e satisfeito por ter deixado o apito de lado.

"Eu não fiz muito nome na arbitragem. As pessoas me identificam mais como cantor. Na Internet, se você foi pesquisar 'Alessandro Souza', meu nome real, e for pesquisar 'Alessandro Leale', que é meu nome de cantor, esse nome dá um baile. A comparação é uma coisa absurda", conta Leale, por telefone, ao Terra.

A mudança, porém, não é a primeira que deixa de lado uma tentativa frustrada de Alessandro no futebol. Nascido no Rio de Janeiro, o agora cantor começou a carreira como jogador em São Paulo, no início da década de 90, nas categorias de base da Portuguesa. "Depois tive a oportunidade de me mudar de novo para o Rio, onde joguei Vasco com um pessoal bom - o Pedrinho, o Felipe... Mas fiquei velho, e não jogava nada. Não tinha como ser profissional, eu era pereba", diverte-se.

Já adolescente, Leale começou a demonstrar interesse pela música pela primeira vez, formando um grupo de rock que o permitiu viajar por cidades próximas ao Rio de Janeiro para fazer shows. Porém, em mais uma reviravolta, o ex-jogador/músico se inscreveu no vestibular e começou a fazer faculdade. De jornalismo.

Pensa que acabou? "Tinha um colega meu de faculdade que era árbitro da Federação Carioca. Me interessei, fiz o curso em 2005 e passei a integrar o quadro. Fiz (jogos das categorias) mirim, juvenil, e cheguei ao semiprofissional", conta Leale, admitindo que "todo arbitro é um jogador frustrado". Porém, percebeu que, entre a carreira discreta nos campos e a música, a segunda opção continuou sendo tentadora.

Leale então passou a levar mais a série a nova opção. Em 2009, lançou o álbum promocional "Apaixonante", segundo ele "ligado ao samba romântico, ao pagode". Em 2010, lança a faixa "Eu e Você", composta por Everton Matos, Rivanil e Jairo Góes e responsável por dar nome de seu segundo disco "profissional" - a rigor, o terceiro. "O primeiro mesmo, gravei logo nessa época quando comecei a fazer faculdade. É de 2000. Em algumas casas eu nem falo que gravei, mas está bem produzido", conta Leale.

Apesar de fã de samba, o agora cantor romântico aposta em uma nova "pegada" neste terceiro disco: o sertanejo. "Eu gosto de samba para tocar em um churrasco, mas para levar isso como profissão, eu não queria muito. Tenho muitos amigos no meio, como o Martinho da Vila e o Diogo Nogueira, mas é uma coisa que eu vou curtir e que eu não sei fazer. Fui criado no interior de São Paulo, então música sertaneja é uma coisa com a qual eu me identifico", conta o ex-árbitro, que passou sua juventude em São Bernardo do Campo.

O disco "Eu e Você" aposta no sertanejo universitário e conta com a produção do Grupo Yahoo/BR Plus - no caso, o mesmo Yahoo que estourou na década de 80 com "Mordida de Amor". "Não sei o que aconteceu, mas eles viraram produtores. E gravam com gente como a Xuxa, o LS Jack, a Aline Barros, a Wanessa Camargo... Felizmente, meu empresário conseguiu me colocar com eles", comemora Alessandro Leale.

Pensando apenas na carreira de músico, o cantor não se mostra arrependido por ter trocado os gramados pelos microfones. "Chegou uma hora em que eu tinha que decidir. A Fifa, que era meu objetivo, limitou a idade para entrar no quadro aos 32, então vi que não daria para chegar lá", conta o "ex-Souza", sem traçar metas para a carreira musical. "Pois é, acho que eu fui até

esperto.

Além do limite de idade - eu posso ir até os 100 anos, enquanto tiver voz -, eu troquei as vaias, as agressões verbais, pelos aplausos. Nada mais gostoso do que as pessoas te abraçando, pedindo para cantar. Vivi dois extremos: o lado agressivo e o lado bom da vida", acrescentou.

E no que se refere ao "lado bom", um em particular tem agradado "bastante" a Alessandro: a falta de ofensas a sua mãe, comuns a tantos árbitros nos estádios. O cantor, que até hoje faz testes e exames para se manter regularizado na Ferj, conta que já levou sua mãe para ver pessoalmente a um de seus jogos, e que a experiência valeu o suficiente para não ser repetida.

"Eu levei ela no jogo quando fui para os juniores, em um Mesquita x Fluminense. Deixei ela em um lugar para ninguém identificar. Aí, teve um lance em que começaram a me xingar muito, e ela foi para cima dos caras. Sorte que tinha policiamento", conta Leale. "Não deveria ter levado. Até pensei melhor isso. A gente que tem filho... Pensa como é encostar no filho da gente? A Federação até pediu pra não levar mais", completou.

Apesar do afastamento dos jogos oficiais, Alessandro "Souza" continua dando o ar da graça em jogos festivos - o último deles, uma partida em dezembro, em prol da Fundação Gol de Letra. E segundo Alessandro "Leale", a carreira musical até ajudou a obter algum reconhecimento em suas atuações como o árbitro "Souza".

"Algumas pessoas já me reconheceram. O pessoal pergunta: 'você não é o cantor?'. Não é sempre que acontece, mas é gostoso", diz o hoje músico, otimista com sua nova carreira de um ano, que "só não chegou no Sul". "No Norte, no Rio, no interior de São Paulo, já chegou", diz, empolgado, em meio a uma turnê de divulgação pelo Norte do Brasil.

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Fonte: Redação Terra

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