- Há algum tempo já tinha feito reuniões
com o presidente para colocar em prática a recomendação da FIFA de
criar o Departamento. Então ele aproveitou a oportunidade - completou.
Já o vice-presidente Manoel Serapião foi
mais sereno e enfrentou a situação de forma mais real. Ele que perdeu
o cargo na Conaf e, diferentemente de Corrêa, não exercerá mais cargo
algum -, o erro do assistente Emerson Augusto de Carvalho na partida
entre Santos e Corinthians não foi o único motivo para as mudanças,
apenas aceleraram o processo.
- Não seria um fato isolado que
influenciaria a decisão. O trabalho estava sendo bem feito, mas a
natureza conspirou contra nós. De qualquer forma, as mudanças são
sempre naturais - afirmou Serapião, que foi informado da exoneração
por Sérgio Corrêa e não por José Maria Marin.
Disse tudo fica uma lição, que tudo
pode ser usado contra você, inclusive suas próprias criações. Pelo
ocorrido podemos imaginar como são doces os recursos da CBF que tem o
poder monetário de acalmar as pessoas. Ironicamente, Marin usa dos
mesmos recursos que Sérgio usou quando rebaixou árbitros de categoria
para que ele aceitasse a aposentadoria com naturalidade.
Em 2010, Corrêa criou a categoria
árbitro especial para que estes continuassem ganhando bem próximo do
que ganhavam como árbitros FIFA e assim aceitassem a perda do escudo
sem reclamarem, a mesma situação que o ex-todo poderoso ocupa agora.
Com o salário garantido, mas sem mandar em nada e provavelmente
tripudiado pelos inimigos que fez durante sua estadia na presidência
da CA/CBF.
O ex-presidente perde assim uma grande
oportunidade de manter a dignidade e cair de pé. Se submeter a uma
humilhação dessa permanecendo em um lugar onde não é mais bem quisto e
ocupar um cargo de consolação onde não manda em nada quando mandou em
tudo, é falta de ter o que fazer e demonstra que foi pego de surpresa.