de produção e já não é mais escalado nos grandes jogos.
Hoje, o carequinha de Londrina não é nem sombra do que foi em 2009
quando, com justiça, foi eleito o melhor arbitro do Campeonato
Brasileiro pela CBF/Rede Globo e pela enquete do apitonacional. O
londrinense foi tão superior em 2009 que na enquete do apitonacional
obteve 46,62% dos votos dos internautas. Já na eleição da CBF/Globo
ele desbancou o então tri-campeão Leonardo Gaciba.
O
outro representante da FIFA do estado, Evandro Rogério Roman fez um
campeonato para esquecer, desde então, pouco tem ligado para sua
condição de árbitro internacional. Seu tempo tem sido gasto em viagens
e encontros a serviço do governo estadual do Paraná onde ocupa o cargo
de Secretário de Esportes. A arbitragem, o condicionamento físico e os
compromissos agendados pela CA/CBF têm ficado em um segundo plano
tendo em vista que se aproxima da metade do brasileiro e o apitador
ainda não deu o ar de sua graça nos testes físicos agendado pela
comissão de arbitragem nacional.
Em
um campeonato marcado por inúmeras polêmicas e com árbitros
desmotivados como os dois citados acima, abriram-se vagas para o
surgimento de outros árbitros, entre eles o jovem Paulo Alves Júnior
(foto), que arrancou elogios da comissão de arbitragem com uma partida
irretocável (Arapongas 1x2 Operário), em que marcou de forma corajosa
e acertadamente cinco penalidades, duas para o Arapongas e três a
favor do Operário, o time visitante.
O
misto astorguense-maringaense foi sem duvidas a mais grata revelação
do campeonato paranaense de 2012, seus números foram de impressionar,
a destacar a sua baixa média de faltas sinalizadas (22) durante o
estadual, no melhor estilo europeu. Um número baixíssimo e motivo para
comemoração em se tratando de arbitragem brasileira onde a linha
“encostou é falta” é seguida por 90% dos apitadores. Ao todo foram
oito jogos, onde mostrou 24 cartões amarelos, 4 vermelhos e marcou 9
penalidades (cinco em uma única partida).
Pelo campeonato irretocável, o jovem árbitro agora fará parte com
justiça da elite da arbitragem paranaense. Sua indicação foi
confirmada para o quadro nacional, ele foi aprovado nos testes físicos
realizados no inicio de junho em Londrina para integrar o quadro da
CBF.
Paulinho, como é conhecido, é filho de Paulo
Roberto Alves e
Alaíde Marin. Nasceu em Curitiba, tem
29 anos, formado em
Processos Gerenciais
e é casado há seis anos com
Silvia Alves.
O casal divide seu tempo entre Astorga onde trabalham durante a
semana - ele representante de vendas e ela gerente comercial do
frigorífico Jaguafrangos - e Maringá onde residem. Formou-se
árbitro em 2006, fez o curso em Londrina para onde viajava uma
vez por semana. Pelo curso pagou 15 parcelas de meio salário
mínimo, um investimento que esta sendo altamente recompensado,
tanto pelo lado pessoal como pelo financeiro. No final do curso,
foi recompensado, pois para sua alegria, seu ídolo na
arbitragem, Heber Roberto Lopes, foi o seu padrinho de
formatura.
Paulinho é de uma família com forte presença no
futebol paranaense, seu avô é o |
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Com a esposa Silvia
Alves |
falecido e lendário João Hélio Alves, ou só Hélio
Alves, “o Feiticeiro” – apelido dado ao ex-supervisor de futebol
de Atlético e Coritiba, falecido em maio de 2009. Seu pai,
Paulinho Alves é supervisor de futebol do Coritiba. |
Com esse currículo familiar, as influencias foram fortes e fizeram com
que ele começasse no esporte como jogador
de futebol, como não tinha talento com a bola como tem com o apito,
parou com a bola e tentou seguir o caminho do avô e do pai e por um
breve período, foi supervisor de futebol do Iraty-PR. Mas foi
na arbitragem que encontrou seu caminho, sua verdadeira paixão. Quando
perguntado “o que o
levou a ser um árbitro de futebol, sendo que era tão novo e tinha
outras opções”, ele não pensou duas vezes e respondeu:
“Eu sempre estive no meio do Futebol,
fui atleta, mas não era tão talentoso,
meu pai me deu a oportunidade de aprender o
que ele aprendeu com meu avô, mas não era minha praia,
ai abriu um curso para árbitros em Londrina
e meu pai me deu a idéia de fazer. A
princípio não esperava muito, mas com as atuações, fui me achando
dentro da arbitragem,
aprendendo a gostar e a evolução foi acontecendo a cada partida”.
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Na foto com o avô
Hélio Alves, “o Feiticeiro”
e o pai Paulinho Alves |
Ele também rasga elogios para o atual presidente da
comissão de arbitragem paranaense:
“O Afonso Vitor tem um jeito diferente, ele é meio
fechadão, na dele, mas mudou muito coisa pra melhor na arbitragem
paranaense. Ele da chance igual pra todos do quadro”. Concluiu o
jovem árbitro.
Obs. O apitonacional teve o privilegio e o
prazer de contar a história dessa jovem promessa do apito paranaense.
Esperamos e torcemos para que ele se mantenha focado, que não se deixe
levar pelo sucesso e nem se abata com as criticas pois elas andam de
braços dados com os elogios. Torcemos também para que ele não tente
mudar sua forma de atuar, que se lembre sempre que chegou por méritos
próprios e como disse Jean Jacques Rousseau: “Quem
quer agradar a todos não agrada a ninguém”.