04/02/2014    21:18hs

Assistente duro na queda e as tramóias da arbitragem alagoana

Desrespeito aos regulamentos, tramóias entre sindicato dos árbitros e CEAF marca o inicio da profissionalização do apito alagoano

O assistente alagoano Julian Ferino dos Santos (foto) faz parte de um grupo seleto de árbitros espalhados pelo país que são duros na queda como o personagem do filme 'Duro de Matar". Esse grupo conta com padrinhos e anjos da guarda de dar inveja em qualquer um e quanto mais eles erram, quanto mais denuncias são feitas contra eles, mais forte eles ficam. Polêmicas é o que não falta na carreira deste alagoano nascido em Maceió e criado em Porto de Pedras. A vida não tem sido fácil para ele,  é verdade, mas a culpa é toda dele mesmo que é campeão em atrair confusões e se meter em encrencas e quanto mais ele cai por causa delas, mais forte ele renasce das cinzas feito uma fênix.

Mas o que tem por trás de toda essa proteção, o que Julian Ferino sabe que os demais mortais não sabem! Qual será a carta escondida na manga do assistente, pois sabemos que na arbitragem nada é de graça, ninguém esta disposto a correr riscos por alguém apenas por causa de uma amizade. Nesse pequeno mundo de intrigas e vaidades cada um vale o que tem ou o que pode oferecer.   

Apuramos que o funcionário público e assistente formado em 2000 conta com uma ampla proteção de dois peso  pesados da arbitragem alagoana. Um deles é Hercules Martin, chefe dos árbitros local. Martins tem laços com Ferino até mesmo fora da arbitragem, pois ambos freqüentam a mesma igreja evangélica sendo que Julian se tornou membro a convite de Martins.

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O outro protetor é nada mais nada menos do que Francisco Carlos do Nascimento, o FIFA do estado que adotou Ferino e anda com ele a tiracolo como se fosse seu chaveirinho de estimação.

Em junho de 2013 o Apitonacional fez uma ampla reportagem onde apontava que o assistente recebia proteção e regalias por ser o queridinho do presidente (leia). Na matéria, mostramos diversas irregularidades cometidas por Julian contra o Regulamento da Arbitragem alagoana. Entre elas escrever em redes sociais e restrições de documentos o que é vedado pelo artigo 7º do RA. Também mostramos as regalias e a proteção que recebia do chefe do apito local que desrespeitava o RA criado por ele mesmo para salvar a pele do amigo.

Oito meses se passaram e nada mudou, o cenário é praticamente o mesmo, ou seja, Julian Ferino esta de volta as escalas e assim como na época da reportagem anterior, com supostas restrições de documentos. Ele estaria com o seu nome em uma lista do "Refin" que é um banco de dados de pendências bancárias de consumidores e empresa. O assistente teria uma pendência de R$ 671,84 com o Banco do Brasil, ocorrência de novembro de 2013.

Veja abaixo o documento que recebemos:

Mesmo com a restrição do SPC e Serasa mencionada no Artigo 7 do RA alagoano (leia), Hércules Martins, chefe dos árbitros daquele estado não da a mínima importância para a pendência e já escalou o assistente em pelo menos quatro rodadas do campeonato alagoano deste ano (veja as atas dos sorteios).

Para Hércules que elaborou os termos do RA, não tem a mínima importância o que escreveu no documento quando é um “amigos” que não respeita as determinações. Para o dirigente do apito as leis e determinações é como uma cerca, se ela for baixa manda o amigo pular por cima e se for alta manda passar por baixo, pois ele garante.

O que vale mesmo neste longínquo estado é a velha máxima: "Aos amigos a interpretação favorável das leis. Aos inimigos... os rigores das leis!"

Julian Ferino

Entramos em contato com Julian Ferino que aproveitou o contato para fazer ameaças e não respondeu sobre a denuncia e em nenhum momento como da outra vez desmentiu as acusações .

Veja abaixo sua resposta:

Hércules Martins

Entramos em contato também com Hércules Martins (foto ao lado) que disse ter um parecer do jurídico da FAF que isenta os árbitros de apresentarem SPC e Serasa e deu a entender que quem deveria cuidar dos documentos seria o Sindafal pelo motivo do assistente fazer parte da lista apresentada pela entidade a ser usada no campeonato.

Retornamos o contato desta vez pedindo que enviasse o parecer que dizia ter. Pedido negado segundo ele por o parecer não ter sido feito de forma oficial, não ser um documento.

“Por entendimento do Departamento Jurídico da FAF não será preciso o árbitro apresentar Atestado do SPC e Serasa devido a essa exigência não ter amparo legal. Ademias, quem estiver incluído no contrato celebrado entre FAF e Sindafal poderá ser utilizado, coisa que o referido AA está” – disse Hercules Martins.

Veja abaixo o que disse Martins na integra:

Entramos em contato com, Charles Hebert, presidente do Sindafal e o mesmo ficou de enviar resposta e até o fechamento desta matéria não tinha retornado nosso contato.

CBF

Fomos perguntar ao chefe do departamento de arbitragem da CBF qual atitude a entidade tomaria em uma caso semelhante a este. Segundo Sérgio Corrêa, a FAF é uma entidade com suas normas internas e o que ela decide não cabe comentar, mas na CBF, enquanto não houver outra determinação – determinação adotada antes da corregedoria ser instalada em abril de 2012 -, os candidatos devem encaminhar a documentação. Se não enviar ou tiver restrições, pode até permanecer na relação de árbitros do estado, mas não será escalado.

Profissionais???

Mas o que esperar da arbitragem alagoana se não for esses tipos de personagens e acontecimentos, no final do ano passado ocorreram os teste físicos para os árbitros que estão trabalhando no campeonato alagoano deste ano. Na ocasião, após insistência de Francisco Carlos do Nascimento, o Chicão, e Charles Hebert junto a CEAF, foi adotado o protocolo CBF 2 (30x40) para aproximar na parte física os árbitros alagoanos dos tempos praticados na CBF e na maioria dos estados brasileiros. O que já era esperado aconteceu, como os tempos são mais exigentes, nada mais nada menos do que 50% dos árbitros reprovaram. O que se viu na pista cavalar do exercito onde foi realizado o teste físico, foi uma verdadeira mistura de jovens mal preparados com ex-árbitros em atividades colocando os bofes pra fora com alguns até mesmo chegando a passar mal. O estado físico deplorável dos homens de preto fez até mesmo a comissão de arbitragem perder os últimos fios de cabelo ao perceberem que se o padrão CBF2 fosse mantido no reteste físico, não teriam árbitros em numero suficiente para tocar o campeonato. Dos 45 árbitros testados, 23 foram reprovados.

Charles Hebert, de sindicalista legalista à pelego ditador a serviço da FAF

Como já dizia um velho ditado "a oportunidade faz o ladrão", e guardado as devidas proporções, neste caso a oportunidade mostrou o que as pessoas são realmente capaz de fazer por dinheiro, status e poder. O cenário mudou quando a Federação Alagoana de Futebol percebeu que não teria árbitros para tocar o campeonato. Teria sido colocado em ação um ardiloso e escandaloso plano para aprovar os árbitros repetentes. Contando no mínimo com a colaboração do Sindafal, a FAF supostamente realizou um reteste “amigo” para aprovar todos os árbitros que foram reprovados anteriormente, para isso teriam reduzido o tamanho da  pista e passaram a usar o protocolo CBF3 (35x40) no reteste, pois o mais importante para a FAF naquele momento era aprovar os 23 árbitros que tinham sido reprovados em dezembro e garantir a realização do campeonato. Já para o Sindafal era importante que amigos e aliados fossem aprovados.

Uma fonte revelou ao Apitonacional que o presidente da CEAF, Hércules Martins, teria feito uma reunião em sua sala com o presidente do sindicato dos árbitros Charles Hebert e o vice George Alves Feitosa. Na reunião teria supostamente sugerido que o Sindafal realizasse o reteste físico nos termos acima citado. Martins teria dito inclusive que eles fizessem o que fosse necessário desde que aprovassem todos os árbitros para "salvar" o campeonato. Não temos a informação se a proposta foi aceita pela cúpula do sindicato, mas Charles Hebert foi conivente com o escandaloso reteste realizado em uma pista (UFAL) toda esburacada, no meio de um matagal e cheia de dejetos de animais. Lembrando que foi a pedido do sindicato que a presidência em exercício da FAF baixou um ato administrativo trocando o protocolo do reteste para beneficiar claramente amigos e aliados do Sindafal.

 

Um árbitro aprovado no primeiro teste realizado na pré-temporada e com protocolo mais difícil, confirmou o acordo entre a CEAF e o Sindafal ao Apitonacional com a condição de não ter sua identidade revelada. O acordo previa a mudança no protocolo que seria usado no reteste para facilitar a aprovação de todos os árbitros que tinham sido reprovados nos termos pretendido pela FAF, principalmente alguns árbitros em fim de carreira que dificilmente seriam aprovados se não fosse mudado o protocolo, entre eles Flavio Feijó de Omena, Silvio Acioli e George Alves Feitosa, todos eles do grupo de apoio do presidente Charles Hebert que aceitou o acordo na calada da noite indo contra tudo que pregava anteriormente.

Para este árbitro, a profissionalização da arbitragem mudou radicalmente o pensamento do presidente do Sindafal que ultimamente tem pensado mais nele e no grupo que o cerca em vez de lutar por causas justas em prol da arbitragem. Este árbitro também relata que as forças no estado estão mudando devido a forma ditatorial de administrar da atual diretoria e que no próximo pleito Charles Hebert terá muita dificuldade se quiser se eleger ou até mesmo fazer um sucessor.

O Apitonacional também apurou que além de usarem o vergonhoso protocolo CBF3 para se beneficiarem - protocolo é usado para os testes realizado na categoria feminino - ainda escolheram uma pista que além de ser um verdadeiro matagal, estaria 40 metros menor do que a medida oficial exigida pela CBF. Uma vergonha em se tratando de um campeonato profissional e de uma arbitragem que se diz profissional!

Arbitragem profissional de alagoas realizando reteste físico em uma pista de alta performance

Os dirigentes da arbitragem alagoana estão cantando aos quatro quantos que serão os primeiros a celebrarem um contrato na era da arbitragem profissional, mas com essas atitudes serão capaz de envergonhar até mesmo um Edílson Pereira de tristes lembranças para a arbitragem brasileira.

Como podemos notar na matéria acima, nada mudou na arbitragem alagoana. Os desrespeitos aos regulamentos, as proteções e as mazelas são as mesmas do ano passado, do ano retrasado e assim vai. A novidade é a mudança radical de atitude e posição do presidente do sindicato dos árbitros que agora é um pelego a serviço da FAF. Nada como um dia atrás do outro!

Obs1. Mais uma vez o Apitonacional provando solidariedade ao companheiro Julian Ferino, lembra do recado dado recentemente pelo assistente para colaborar novamente dando ânimo ao mesmo. No que depender de nós, prometemos que você sempre terá ânimos para se reerguer. Conte conosco para isso!

Obs2. O espaço esta aberto para quem foi citado na matéria ou para quem quiser colaborar prestando qualquer tipo de nova informações.

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

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