Severino jogava futebol amador quando se encantou
pela arbitragem, a idade avançada para as partidas de profissionais
atrapalhou mas não tirou o seu sonho, com muita persistência e ajuda
dos amigos fez vários cursos e se tornou árbitro amador.
Segundo ele disse ao
Apitonacional, iniciou a
carreira na arbitragem em 1992 apitando rachinhas na sua cidade, foi
adquirindo experiência, pegando gosto até ser convidado por um amigo
para apitar partidas do amador. Foi e gostou segundo disse pelo lado
financeiro que foi bom e por mantê-lo fazendo o que mais gosta que é
a arbitragem.
Severino não esquece de quem o ajudou, segundo
ele, Sebastião Canuto e Charles Hebert tem participação em tudo que
ele conquistou na arbitragem, pois essas duas pessoas sempre
contribuíram para que ele crescesse como pessoa e como árbitro mesmo
estando no amador. Mas Severino não esquece de outros amigos que
segundo ele também tiveram participação importante na sua trajetória
e cita Silvio Acioli, Flavio Feijó em Alagoas e no estado vizinho,
Pernambuco, cita Emerson Sobral, Eric Bandeira e Francisco Domingos.
Severino é top da arbitragem no futebol amador em
Alagoas e é considerado o FIFA do sertão pela qualidade técnica e
pelo traje sempre impecável. Sua forma de se apresentar nos campos
empoeirados e as vezes enlameados vestido de forma impecável, com
seus paletós importados semelhantes aos árbitros mais conceituado do
mundo lhe rendeu o apelido de "FIFUDO" do sertão.
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Severino (esquerda) em seu terno de linho importado posa
para foto com os amigos do apito |
Se o paletó é impecável e se o apelido é
conveniente, a taxa media de R$ 150,00 reais por jogo não seduziria
nem um dos mais simples árbitros de qualquer federação em inicio de
carreira, mas para ele é motivo de orgulho e diz com um sorriso de
orelha a orelha que não visa o dinheiro e sim estar apitando, o que
ele mais gosta, o que mais ama na sua vida.
O Voz do Apito, site especializado em arbitragem
de futebol, fez matéria onde relata a saga deste nordestino que
apita e encanta pela simplicidade e amor ao que faz. O Apitonacional
não poderia deixar de pegar carona nesta justa homenagem para também
homenagear o "FIFUDO do sertão".
Veja abaixo matéria completa.
Por: Pedro Paulo de Jesus - Voz do Apito
Na garupa da moto ou no conforto do carro ao som
do rei Roberto Carlos, Severino Almeida percorre o sertão alagoano
fazendo a regra ser cumprida nos campos de várzea
Ser um profissional de arbitragem definitivamente
não é algo para qualquer um. Lidar com a maior paixão do brasileiro
muitas das vezes faz com que o personagem mais contestado do futebol
vá do céu ao inferno em fração de segundos. Mas se por um lado
existe a pressão herdada das dificuldades de comandar grandes
espetáculos, por outro há também a satisfação pessoal de dezenas,
centenas ou quem sabe, milhares de anônimos espalhados em todo país,
que mesmo dentro das dificuldades encontradas no futebol de várzea,
fazem da atividade mais execrada do mundo um robby como outro
qualquer.
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O Voz do Apito encontrou na cidade de
Quebrangulo, a cerca de 100 km de Maceió, capital do estado de
Alagoas, um árbitro que ao contrário de todos os prognósticos encara
as dificuldades do futebol amador com o típico humor nordestino. Fã
declarado da arbitragem brasileira, Severino Ferreira é um
personagem raro de ver no futebol que, com bastante habilidade,
consegue tirar das adversidades o combustível para andar pelo
acalorado sertão alagoano fazendo o que mais gosta, ou seja, apenas
apitar.
Com o seu GM Corsa inseparável proveniente das
taxas de arbitragem que recebe no futebol amador, o “FIFA do Sertão”
todos os domingos tem um ritual para árbitro nenhum colocar defeito:
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O
uniforme de jogo também é impecável |
"O domingo que não apito chego ficar em depressão. Faça chuva ou
faça sol eu sempre estarei dentro do campo de jogo fazendo a regra
ser cumprida. Mas eu me preparo para isso. Leio as regras e sempre
procuro estar atualizado. Não abro margens para reclamações e antes
dos jogos sempre faço as minhas orações" - disse.
Casado e pai de dois filhos, o juiz alagoano é
uma figura muito querida na arbitragem brasileira, não à toa convive
com os principais árbitros de futebol do país. Embora recuse o
rótulo de “amuleto”, Severino sempre que pode liga para os “amigos”
com o intuito de dar aquela palavra amiga:
"Ter a chance de conviver com essas pessoas
que na maioria das vezes vejo na TV, é muito gratificante e me
emociona. Eu não cheguei ao profissional, mas por trabalhar como
taxista aqui em Maceió, tive a oportunidade de transportar vários
árbitros importantes e desta forma fiz vários amigos por todos os
cantos do país sem precisar sair daqui" - Contou Severino.
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Engana-se quem pensa que o “fifudo das Alagoas”
vai aos estádios de bermuda jeans e chinelo de dedo. Ao contrário do
que muitos imaginam de um árbitro amador, Severino Ferreira seja
aonde for sempre surge nos campos de futebol paramentado no padrão
FIFA, sempre ostentando um dos seus mais variados ternos de grife:
"A arbitragem é um dos grandes amores da minha vida. Vou de terno
para os meus jogos para incentivar que os meus colegas de trabalho
encarem os jogos amadores com mais profissionalismo. A nossa
realidade é muito diferente de um Maracanã, Morumbi, mas na minha
visão a essência no que tange a visão do árbitro é a mesma" -
Destacou Severino.
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Um
orgulhoso Severino e seus assistentes impecavelmente
uniformizados com padrão "FIFUDO" |
No dia a dia com uma rotina pesada de trabalho,
ele divide o tempo entre os seus familiares, a profissão de taxista
e a fascinação pela atividade esportiva mais execrada do mundo. Ser
árbitro para essa figuraça é muito mais do que vestir um simples
uniforme. Ser árbitro para Severino Ferreira é um dom que apenas
quem um dia teve a oportunidade de colocar um apito na boca sem
nenhum interesse, pode ser capaz de imaginar o que ele sente.