10/11/2016    10:40hs

MPT, árbitros e federações discutem futuro da arbitragem Brasileira

Encontro ocorreu no Ministério Publico do Trabalho do Rio de Janeiro

Sindicalista paulista Arthur Alves Junior durante audiência publica no MPT

 

 

No inicio desta semana, ocorreu audiência pública para a discussão da relação contratual - e temas correlatos, como profissionalização, critérios de escalas e patrocínios entre Ministério Publico do Trabalho do Rio de Janeiro, três Federações Estaduais – Bahia, Pará e Rio de Janeiro mandaram representantes e os árbitros de futebol – Associação Nacional (ANAF), sindicatos de São Paulo, Bahia, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e Minas Gerais estavam presentes.

 
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A audiência foi promovida pelo Ministério Publico do Trabalho (MPT-RJ) sob comando do procurador Rodrigo Carelli que investiga há mais de um ano denúncias feitas pelo Presidente do Sintrace-RJ (Sindicato dos Trabalhadores da Arbitragem Esportiva do Estado do Rio de Janeiro), Marçal Rodrigues Mendes que motivou a abertura de um inquérito no MPT sobre a situação da arbitragem nacional.

 
Ministério Publico do Trabalho investiga denuncias do presidente do Sintrace-RJ

Durante a audiência, o procurador responsável pelo inquérito mais ouviu, anotou que falou mediando às falas e debates entre os participantes.

A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), representada no evento pelo seu presidente Marco Antônio Martins, deixou bem claro que a entidade quer uma definição sobre o vinculo que os árbitros têm com a CBF e federações.

Martins solicitou ao MPT que estabeleça qual a relação que deve haver entre as entidades do desporto e os árbitros de futebol.

“O ‘x’ da questão é o vínculo jurídico que os árbitros têm com as entidades que administram o desporto e não é reconhecido” - disse Martins.

“Antes de discutirmos questões importantes como a remuneração dos árbitros, direito de imagem, uniforme e outras reivindicações, temos que definir qual o instrumento (contrato de trabalho, carteira de trabalho, contrato de prestação de serviço ou outros) que vai regular a relação trabalhista” - acrescentou o presidente da ANAF.

Patético

Outro momento bastante acalorado foi à participação patética do representante da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Sérgio Montovani, que também representava o sindicato e cooperativa dos árbitros do RJ que esteve na audiência em clara defesa do patrão, no caso a FERJ. Montovani caiu em varias contradições e foi humilhado pelo promotor quando teve que, mesmo constrangido, admitir que trabalho sem remuneração é trabalho escravo. O debate com Rodrigo Carelli se deu por conta das informações sobre as concentrações dos árbitros no RJ antes de algumas partidas sem que os árbitros recebam diárias.

 
Representantes da FERJ não souberam explicar concentração sem pagamento de diarias

“A concentração suprime da qualidade de vida do árbitro o descanso, o convívio com seus familiares entre outros. A venda desse direito sem uma remuneração configura o trabalho escravo” – disse o promotor.

Pego de surpresa e sem argumentos plausível, Montovani disse que nós - a FERJ – está disposta a rever e pagar os árbitros.

Quelhas

Quem teve participação destacada na audiência foi o ex-árbitro FIFA Álvaro Azeredo Quelhas. Dizendo representar a si mesmo e botando a cara pra bater por ter sido um árbitro internacional, o mineiro com serviços prestados a arbitragem carioca fez um relato abordando tudo que viveu e presenciou na arbitragem apontando todas as feridas, principalmente as da CBF, no que tange a arbitragem.

 
Quelhas e os números da arbitragem

Como podemos notar no vídeo abaixo, ele toca no assunto profissionalização já que o arbitro é cobrado como profissional e tratado como amador. Também falou da política que emperra o trabalho técnico, citou o patrocínio com a SEMP Toshiba e os valores que podem bancar tranquilamente a qualificação dos árbitros.

 

Grifo nosso: O contrato firmado entre a SEMP Toshiba e a CBF, de pouco mais de cinco milhões de reais em três temporadas, pode ter sido intermediado por um árbitro que foi promovido em seguida ao quadro da FIFA.

Em outro momento, participando da fala de outro orador, Quelhas falou da idade de ingresso e de saída do quadro internacional onde citou a Premier Ligue fazendo comparativos com a política adotada pela CBF que é apostar em árbitros novos enquanto o mundo e a FIFA, que acabou com o limite de idade, procuram por árbitros mais experientes.

Veja o vídeo abaixo.

 

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