A Comissão de Árbitros da CBF
(Confederação Brasileira de Futebol) abriu sindicância para
investigar a suspeita de que um dos árbitros escalados para o
Campeonato Brasileiro apresentou diploma falso de conclusão de 2º
grau.
O presidente da comissão, o
ex-árbitro Armando Marques, designou o também ex-árbitro Edson
Rezende de Oliveira, que é policial federal em Pernambuco, para
conduzir as investigações. Segundo Marques, a sindicância será
concluída até o fim do mês.
A CBF exige dos árbitros a
apresentação do certificado de conclusão do 2º grau. O árbitro
suspeito de apresentar o documento falso foi afastado
temporariamente das escalas do Brasileiro.
Marques, no entanto, não quis
revelar o nome dele.
"Só vou dizer caso fique
comprovada a falsificação do documento" - afirmou. Marques
afastou ainda 15 árbitros, que teriam apresentado falhas nas
primeiras rodadas da competição.
Em nota divulgada na noite de
anteontem, o presidente da Comissão de Árbitros da CBF relaciona
quatro razões para consumar os afastamentos. Na avaliação dos
observadores da comissão, os árbitros não puniram o jogo violento e
admitiram reclamações. A nota fala que os afastados permitiram as
faltas por trás, sem punir os infratores com advertência ou
expulsão.
Segundo a nota, os árbitros teriam
admitido a invasão da área no momento da cobrança de pênaltis. O
terceiro motivo foi a permanência de treinadores ao lado do campo
durante todo o jogo, sem que o árbitro da partida tomasse
providências. A nota relaciona ainda como motivo de punição o fato
de os árbitros aceitarem "protestos acintosos por parte de jogadores
e treinadores".
"Eles estão afastados das
próximas escalas. É uma coisa temporária. Foram pecados pequenos. O
balanço das arbitragens é razoável até agora" - afirmou Marques.
Escola
O presidente da comissão disse que
está preparando um relatório para apresentar à CBF. Ele defenderá a
criação de uma escola nacional de árbitros.
"A escola seria fundamental. Os
árbitros não estão aplicando tudo o que está escrito no papel. Hoje,
não há um critério único de arbitragem" - disse.
A nova comissão da CBF foi criada
em maio, depois que estourou o escândalo das arbitragens. Ivens
Mendes, que presidia a antiga comissão, foi banido do futebol sob a
suspeita de integrar um esquema de manipulação de resultados de
jogos.