Rabello fala sobre
promoções a FIFA para 2005 |
Jorge Rabello foi árbitro da CBF por
11 anos |
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10/11/2004 - Com absoluta exclusividade antecipei em primeira mão
(03/nov/04) a relação de árbitros da FIFA para o ano de 2005. A relação foi
definida, finalizada e entregue ao Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que
viajou para Zurich-Suíça no mês de outubro, após muitas brigas, discussões,
pedidos de demissão e barganhas. No final, acabou prevalecendo o toma lá, dá cá.
No início do mês de outubro, antes dos testes físicos para os
árbitros da FIFA, já estava definido que: Luciano de
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Almeida(DF), Jorge Paulo(DF), José Melônio(MA), Álvaro
Quelhas(RJ/MG) e Válter dos Reis(SP) estavam no paredão da FIFA. Os três
primeiros por limite de idade e os dois últimos pôr deficiência técnica (o que
não é verdade).
Álvaro Quelhas(RJ/MG), nos últimos três anos, esteve sempre ameaçado de corte.
Era sempre a bola da vez. Trocou o RJ por MG mas na verdade muitos mineiros não
engoliam um carioca como FIFA de Minas Gerais. E foi um desses mineiros, por
sinal bastante influente, que bateu o martelo e sacramentou a ida do Álvaro
Quelhas para o paredão. Válter do Reis (SP), segundo pude apurar, foi atingido
pela síndrome do peixe, ou seja, morreu pela boca. Andou falando demais sobre
pessoas que possuem o poder e a caneta numa roda de ?amigos? (mui amigos), que
acabaram entregando de bandeja o ?colega-bocudo? e o destino do mesmo foi o
paredão.
Três correntes políticas muito importantes dentro da CBF tiveram participação
decisiva nesse processo:
TURMA DO PÃO DE QUEIJO
Encabeçada pelo vice-presidente da CBF Marco Antônio Teixeira, mineiro e
cruzeirense roxo, só concordava com a saída de Álvaro Quelhas se houvesse a
devida compensação. Teria que ser de Minas e atendia pelo nome de Guilherme
Camilo. Houve resistências, pedido de demissão, mas prevaleceu a lei do mais
forte.
BANCADA DO NORDESTE
A bancada do nordeste que ocupa vice-presidência e diretoria na CBF também não
abria mão de indicar o substituto do árbitro assistente José Melônio (MA) e
brigou até o ultimo minuto pela vaga aberta com a saída do Álvaro Quelhas. Briga
sangrenta onde rolou ameaças de rompimento político e etc, inclusive, a coisa
esteve tão feia, que em determinado momento se achou que o melhor seria não
tirar o Álvaro, tamanha era a confusão. No final, deu São Paulo.
TURMA DA GAROA
Tendo como abre alas o vice-presidente da Federação Paulista de Futebol Reinaldo
Bastos, foi indiscutivelmente, na minha opinião, o grande vencedor. Ele sabe
negociar, possui habilidades e tem poder. Trocou um escudo de assistente FIFA
próximo de perder a validade por um de árbitro. No auge da crise pela vaga de
Álvaro Quelhas, se não levasse, já tinha articulado um plano B. Usaria um
genérico e emplacaria o substituto de Válter dos Reis.
Não emitirei juízo de valor a respeito do processo de escolha dos árbitros e
assistentes, até porque, todos sabemos como funciona. Não só a indicação para a
relação da FIFA, como também, indicações para apitar torneios internacionais,
Copa do Mundo e etc.
O que efetivamente não dá para aceitar é que os cortes de Álvaro Quelhas (RJ/MG)
e Válter dos Reis (SP) foram por motivo técnico. Isso é piada, porque se fosse
verdadeiro, no mínimo teríamos que ter mais duas vagas para serem preenchidas.
Mais ridículo ainda é a justificativa para as indicações dos assistentes de
Pernambuco e Minas Gerais. Ouvi dizer que a Comissão de Arbitragem pretende
fazer duplas nos Estados (qual o motivo? Só Deus sabe), o que nós cariocas
chamamos de Cosme e Damião.
Pausas para risos, há, há, há. Senão vejamos.
Em São Paulo tínhamos dois Cosmes e dois Damiões, a dupla estava formada, por
que mudou? No Rio Grande do Sul tínhamos um Cosme e um Damião, por que mudou? No
Rio de Janeiro tínhamos um Cosme e dois Damiões, por que não mudou?
MÃE DINÁ
Consultei mãe Diná pela Internet e ela me antecipou que em 2006 a vaga do
árbitro FIFA (MG/BA/SC) Márcio Resende ficará no Centro Oeste ou Nordeste, mais
para o primeiro. E que o Rio de Janeiro em 2007 perderá um Damião.
QUEM VIVER VERÁ
A divulgação da lista pelo colunista caiu como uma bomba no meio da arbitragem.
Os que ficaram de fora, procuraram os padrinhos, os telefones da CBF não pararam
de tocar e a pressão é grande. Teve dirigente passando mal e o clima esquentou,
a chapa tá quente. Não acredito em mudanças, mas se houver, informaremos.
Até a próxima!
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