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Ivens
Mendes é acusado de montar "esquema" pró-seleção |
A recomendação era
para que lance duvidoso fosse apitado pênalti para o Brasil, e que
expulsasse qualquer mexicano que reclamasse. Ivens Mendes teria ameaçado
afastar o árbitro do quadro da Fifa, o que aconteceu cerca de três meses
depois |
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05/06/1997 - O árbitro José Aparecido de
Oliveira teria recebido ordens do ex-presidente da Conaf, Ivens
Mendes, para favorecer o Brasil no amistoso contra o México, dia 7 de
agosto de 93, apurou a Folha de S.Paulo.
Mendes é suspeito de comandar esquema de corrupção das arbitragens e
manipulação de resultados.
No jogo, que ocorreu na época das eliminatórias para a Copa de 94 e
terminou em 1 a 1, Ivens Mendes teria dito que era preciso ganhar o
amistoso para contentar a torcida, já que a seleção não vinha bem na
competição oficial -empatara com o Equador em 0 a 0 e perdera da
Bolívia por 0 a 2.
A recomendação era para que qualquer lance duvidoso dentro da área
fosse apitado pênalti para o Brasil, e que o juiz expulsasse
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qualquer mexicano que reclamasse.
No dia seguinte à partida, na qual um pênalti foi marcado a favor do
México, Ivens Mendes teria dito que o árbitro seria afastado do quadro
da Fifa, o que veio a acontecer cerca de três meses depois.
Quinta-feira, a revista ''Placar'' publicou depoimento do árbitro
afirmando que teria sido procurado por Ivens Mendes para favorecer a
seleção argentina no jogo que teria contra a Colômbia, válido pelas
mesmas eliminatórias, na semana seguinte ao amistoso brasileiro.
''Ele disse que seria um jogo difícil e que eu precisaria ajudar a
Argentina e que depois eles ajudariam a seleção brasileira nas
eliminatórias'', afirmou José Aparecido à Folha de S.Paulo.
A Colômbia venceu a partida por 2 a 1, e o árbitro afirma que sofreu
represálias por isso.
A reportagem procurou o advogado de Mendes, Luís Guilherme Vieira, mas
não o localizou.
''No Campeonato Brasileiro de 93, enquanto eu apitava um jogo,
qualquer outro árbitro da Fifa apitava seis, sete'', afirmou.
Oliveira diz que a sua negativa em atender o pedido de Mendes
prejudicou o árbitro reserva da partida, Oscar Roberto Godoi.
''Ele também teve dificuldades naquele campeonato.''
José Aparecido de Oliveira afirma, no entanto, que não mantinha
relacionamento próximo com Mendes, apesar de dizer que o pedido para
favorecer a Argentina foi feito quando dava carona ao ex-dirigente até
o aeroporto.
''Mas isso é comum. Minha relação com ele era de subalterno.''
Sobre o suposto envolvimento da CBF, o presidente da confederação,
Ricardo Teixeira, na França, se defendeu assim: ''Esse negócio de
favorecer em uma arbitragem para depois ter reciprocidade não existe.
Essa história é fantasiosa, não tem cabimento''. Leia mais noticias antigas em Túnel do tempo.
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Agência Folha - São Paulo
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