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Árbitros fazem ofensiva para profissão ser reconhecida

 A Anaf iniciou uma ofensiva para regulamentar a profissão formando uma comissão, que inclui o advogado Valed Perry, um dos principias especialistas em direito desportivo no país.

01/08/1999 - A Associação Nacional dos Árbitros, principal entidade da categoria, iniciou uma ofensiva para regulamentar a profissão. No final do mês passado, a entidade formou uma comissão, que inclui o advogado Valed Perry (foto), um dos principias especialistas em direito desportivo no país. A meta da associação é elaborar um projeto de lei regulamentando a atividade no país. A intenção de Perry é copiar a lei que rege a profissão dos atletas e dos treinadores. "Queremos implantar na categoria o trabalho temporário por contrato".

A forma de remuneração ainda não está definida. "A intenção é fazer como no caso de representantes comerciais. Eles recebem um fixo e uma porcentagem por participação", afirmou o advogado. Até agora, os árbitros recebem uma cota fixa por

partida, mas não há uma remuneração básica. Se a renda líquida do jogo for superior a R$ 130 mil, o trio de arbitragem e o suplente ganham, juntos, 1%.
Comissão de notáveis

Além de Perry, quatro representantes da categoria também participam do grupo que prepara a regulamentação da arbitragem. "Com a regulamentação, ganharíamos os nossos direitos trabalhistas e seríamos contratados pelas federações estaduais e pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol)", disse o presidente da Associação Nacional dos Árbitros, o carioca Jorge Travassos.

Atualmente, os árbitros são considerados profissionais autônomos, sem nenhum vínculo empregatício com as entidades esportivas. "Conheço companheiros que atuaram por quase 30 anos e não conseguiram se aposentar da arbitragem", afirmou Travassos. "Por isso, somos obrigados a ter outro emprego", acrescentou ele, que é microempresário do setor de móveis.

No projeto, a associação vai credenciar uma entidade para formar e fiscalizar os árbitros. Deverá ser a Escola Nacional de Arbitragem, já existente.

Apoio da CBF

A decisão dos árbitros brasileiros tem o apoio do presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Armando Marques. "Para os clubes e as entidades exigirem preparo físico e técnico dos árbitros, o único caminho mesmo é a profissionalização", disse Marques.

Segundo Travassos, o reconhecimento seria bem recebido pelos clubes. "Também já recebemos o apoio de vários dirigentes de clubes favoráveis à nossa profissionalização", afirmou. O árbitro disse que o lobby para regulamentar a categoria pretende acabar com o "profissionalismo marrom".

"Atualmente, muitos já vivem da arbitragem, atuando em competições de empresas ou em ligas. No final do mês, eles conseguem receber cerca de R$ 2.000. O problema é que estamos criando árbitros simpáticos, o que não pode ocorrer", afirmou. Segundo Travassos, o projeto de lei será entregue ao Congresso Nacional até o final do ano.

Aumento

A CBF concedeu um aumento de 15% aos árbitros por partida a partir do Campeonato Brasileiro de 1999, que teve início na semana passada. De acordo com a nova tabela, os árbitros da Fifa vão receber R$ 1.500 por partida. O árbitro básico, do quadro da CBF, ganhará cerca de R$ 900, os auxiliares, por volta de R$ 500, e o suplente, cerca de R$ 300. Por jogo, também vão ganhar duas diárias de R$ 100 cada um para cobrir gastos com alimentação e transporte.

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