Saída de Ivens Mendes
pouco muda estrutura da Conaf |
Ivens foi
o responsável pela admissão dos cerca de 400
árbitros dos quadros da CBF, nos anos em que dirigiu a Conaf |
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08/07/1997 - A saída de Ivens Mendes (foto) da presidência da
Conaf (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol) significa, pelo menos por
enquanto, poucas mudanças na estrutura e nos quadros montados por ele.
Os 71 árbitros, bandeirinhas e aspirantes indicados pela CBF para integrar a
equipe da Fifa (entidade dirigente do futebol mundial) em 1997 foram indicados
por Mendes.
Ele também foi o responsável pela admissão dos cerca de 400 árbitros dos quadros
da CBF, nos anos em que dirigiu a Conaf (1984, 85 e 89 em diante, até
anteontem).
Ivens Mendes é diretor da CSF (Confederação Sul-Americana de Futebol), por
indicação de Ricardo Teixeira.
Ao contrário do que ocorre na CBF, onde ele não foi eleito
-seu cargo é de confiança-, na CSF ele integrava a chapa candidata.
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''O que eu posso fazer para tirá-lo? Lá ele foi eleito'', disse quinta-feira à
Folha de S.Paulo, por telefone, o dirigente da CBF.
Mas à tarde, era considerada quase certa a exoneração de Ivens Mendes do Comitê
Executivo da CSF.
A decisão de Ricardo Teixeira, anunciada quinta, de coordenar o comitê que vai
reestudar a estrutura da Conaf mantém uma das principais características da
comissão: ela não é autônoma, mas subordinada à presidência da CBF.
Dois integrantes do comitê -Arnaldo Cezar Coelho e Armando Marques- constam, em
publicação do ano passado da Conaf, como integrantes da comissão, cujo
presidente era Ivens Mendes.
Ou seja, teriam sido seus colaboradores. Coelho negou sua participação anterior
e afirmou que o livro está errado.
Na quarta-feira, antes de assistir à reportagem do ''Jornal Nacional'', ele
disse que a saída de Mendes era uma ''perda''.
Na sala do sexto andar do prédio da CBF, na rua da Alfândega, 70 (centro do
Rio), a secretária de Ivens Mendes recusava-se na quinta-feiraa responder a
qualquer pergunta, dizendo que elas deveriam ser dirigidas ao presidente ou
secretário-geral (Marco Antônio Teixeira, tio de Ricardo) da entidade.
O presidente interino da Conaf, Gilberto Coelho, pertence, como Mendes, ao
restrito grupo próximo a Ricardo Teixeira.
Gilberto Coelho, 58, trabalha na CBF desde 1986. Oficial da reserva da
Aeronáutica, ele serviu à força durante 20 anos.
Sua função até o novo colegiado diretivo da Conaf ser anunciado será escalar os
árbitros para as fases finais da Copa do Brasil e Copa do Nordeste.
O dia de quinta-feira foi o de maior tensão na sede da CBF desde que Ricardo
Teixeira assumiu a presidência, em 1989.
Até a 1h, ele ficou reunido em seu gabinete, no oitavo andar, com vários
assessores, além do presidente do Federação do Rio, Eduardo Viana, o Caixa
D'água.
A presença de Viana, que nas últimas semanas vinha sendo atacado pelo grupo
político de Teixeira, que incentiva uma liga independente, indica que a cúpula
da CBF considera grave a situação.
Ele costuma ser chamado para resolver problemas considerados complicados pela
CBF.
Nessa reunião, Ricardo Teixeira teria dito que se sentia ''traído'' por Ivens
Mendes.
Ele levou-o de volta a entidade ao assumir, em 1989, como agradecimento pelo
empenho na campanha eleitoral. Mendes havia trabalhado antes na gestão de
Giulite Coutinho.
O vice-presidente Jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, disse quinta-feira que
consultou três advogados criminalistas para saber se poderia acionar
judicialmente Ivens Mendes, mas eles teriam lhe dito que ''grampo'' de telefone
não é aceito como prova.
Procurado quinta-feira por telefone, Ivens Mendes não foi encontrado. Ele mora
num apartamento do condomínio Barramares, na Barra da Tijuca (zona sul do Rio).
Fonte: Agência Folha
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