ficou várias rodadas na Série B ou mesmo
fora da escala. É claro que essa “prova” é circunstancial.
As declarações de
Beltrami, de que teve o escudo arrancado “à força”, respaldam a
acusação de seu chefe na comissão de arbitragem do RIo.
Sérgio Correa nega que tenha oferecido
dinheiro, mas, por outro lado, faz uma afirmação enigmática “Se não
houvesse essa troca, o Brasil poderia ficar com apenas três árbitros
em condições de apitar torneios internacionais”. Sabendo que Carlos
Eugenio Simon, é um desses três, quais são os quatro dos demais seis
árbitros que sobraram a quem Correia qualifica como sem futuro?
Mas, como em quase toda briga de
cartola no futebol, é melhor ficar só nos fatos e não se encantar com
o personagem, de um lado ou de outro.
Essa, como tantas, é uma briga em que é
difícil alguém posar de mocinho. Sérgio Correa no início da carreira
enfrentou Eduardo josé Farah e dali em diante quase só apitou jogos da
Série B. Ainda no fim da gestão de Farah subiu ao poder no sindicato e
se reconciliou com a FPF, tendo José de Assis Aragão como padrinho.
Jorge Rabello, por outro lado, foi o
árbitro que não só não ganhou o escudo da Fifa porque descobriram que
usava identidade falsa, que reduzia sua idade em três anos. Mas bastou
a Rabello corrigir o documento para continuar no quadro da Ferj – da
mesma forma que aconteceu com Edilson Carvalho, que usou documento
falso do colégio por anos e bastou apresentar outro diploma para ficar
tudo ok.
Um dos fatores que está por trás da
briga é a disputa pelo poder na estrutura sindical nacional dos
árbitros. Há pouco mais de cinco anos, a Anaf elegeu José de Assis
Aragão – foi quando Correa assumiu a presidencia do sindicato. E
rapidamente esses grupo conquistou todas as esferas do poder,
culminando com a comissão de arbitragem da CBF. O cargo, além de muito
bem remunerado – entre R$ 20 mil e R$ 40 mil de salário por mês –
concentra imenso poder – que é o das escalas. Observe que eu disse
escala e não sorteio.
Esqueça o sorteio de árbitros. Em todo
o país, ele foi transformado quase em mera formalidade. Todo tipo de
modelo para assegurar a escala de um determinado árbitro já foi usado.
Ex1. Indica-se dois árbitros para sortear dois jogos. Os dois têm
escala garantida, um em cada partida. Ex2. Põe-se um árbitro num
sorteio. Se ele perde, é colocado no seguinte e no seguinte, até que
ele ganhe. Já houve árbitro que entrou em quatro sorteios na mesma
rodada. Atualmente, o sorteio é inútil para seus propósitos e serve
apenas como bode expiatório para problemas. Deveria ser extinto, para
que as desculpas ao menos mudassem.
Os grupos que brigam pelo poder é o dos
paulistas, de um lado, dos cariocas, de outro e de árbitros de Minas e
DF de outro. Na última eleição da Anaf, houve três chapas e venceu
Jorge Paulo Gomes, do DF, no segundo turno. A chapa paulista paulista
ficou em segundo e a carioca em terceiro. Mas a divisão não é 100%
estadual. Profissionais do Rio estão com Correa e vários de São Paulo,
com Gomes.*
Até a queda de Armando Marques, o grupo
do Rio sempre teve o poder. Em 2005, com o caso Edílson, ele foi
substituído por Edson Resende, de Brasília. Este, por motivos nunca
explicados, renunciou no meio de 2007 e foi substituído por Correa,
que parece ameaçado agora.*
A posição da CBF é a mesma de todas as
federações. Mantém o chefe da arbitragem enquanto dá. Quando ele se
queima, a entidade lava as mãos. Descarta o antigo colaborador e
coloca outro.
E isso é apenas um pálido retrato do
subterrâneo da arbitragem brasileira. Não tenho dúvida de que aquilo
que ignoro é muito mais interessante.
* texto corrigido
Fonte:
por Marcelo Damato -
Jornal Lancenet
Tempos depois...
|
|
FERJ e COAF-RJ prestam homenagem
ao Presidente da CA-CBF e palestrantes
10/01/2011 - Saquarema – Numa forma de agradecimento as
suas participações na pré-temporada, que teve início nesta
segunda-feira (10/01), a Federação de Futebol do Estado do Rio
de Janeiro, como prova do reconhecimento pela constante
dedicação e compromisso com a arbitragem
Brasileira, homenageou o Presidente da CA-CBF, Sérgio Corrêa,
além dos palestrantes Dionísio Domingos e Amélio Andino.
-“Acho que o objetivo de todos
vocês que estão aqui está voltado para a arbitragem Brasileira.
Procurem realizar as atividades da melhor forma possível.
Agradeço o convite feito pelo Jorge Rabello e pelo Dr. Rubens
Lopes para vir aqui nesta abertura e, parabéns mais uma vez,
pelo trabalho que o Rio de Janeiro está realizando na sua
Comissão de Arbitragem.” – disse Sérgio Corrêa, Presidente da
CA-CBF. |
Leia mais noticias antigas em Túnel do
tempo.
Clique aqui