Tumulto na arbitragem

Na guerra pela CA/CBF, Rabello declarou que Sérgio Corrêa ofereceu dinheiro para árbitros abrirem mão do escudo da Fifa

09/01/2009 - A declaração de Jorge Rabello, presidente da comissão de arbitragem da Ferj, de que Sérgio Correa ofereceu dinheiro a árbitros para que abrissem mão do escudo da Fifa pode levar à queda do presidente da comissão de arbitragem da CBF. O nome mais provável para substituí-lo é Antonio Pereira da Silva, ex-árbitro goiano que já foi da Fifa.

Rabello só fez a denúncia porque sabe que está coberto. Os próximos dias deixarão claro quem são seus protetores.

A denúncia corrobora rumor que vinha desde setembro. A informação dava conta de que Alício Pena Júnior e Wagner Tardelli haviam concordado em abrir mão do escudo e que Djalma Beltrami não. A “prova” seria o fato de que os dois primeiros continuavam apitando na Série A enquanto Beltrami

ficou várias rodadas na Série B ou mesmo fora da escala. É claro que essa “prova” é circunstancial.

As declarações de Beltrami, de que teve o escudo arrancado “à força”, respaldam a acusação de seu chefe na comissão de arbitragem do RIo.

Sérgio Correa nega que tenha oferecido dinheiro, mas, por outro lado, faz uma afirmação enigmática “Se não houvesse essa troca, o Brasil poderia ficar com apenas três árbitros em condições de apitar torneios internacionais”. Sabendo que Carlos Eugenio Simon, é um desses três, quais são os quatro dos demais seis árbitros que sobraram a quem Correia qualifica como sem futuro?

Mas, como em quase toda briga de cartola no futebol, é melhor ficar só nos fatos e não se encantar com o personagem, de um lado ou de outro.

Essa, como tantas, é uma briga em que é difícil alguém posar de mocinho. Sérgio Correa no início da carreira enfrentou Eduardo josé Farah e dali em diante quase só apitou jogos da Série B. Ainda no fim da gestão de Farah subiu ao poder no sindicato e se reconciliou com a FPF, tendo José de Assis Aragão como padrinho.

Jorge Rabello, por outro lado, foi o árbitro que não só não ganhou o escudo da Fifa porque descobriram que usava identidade falsa, que reduzia sua idade em três anos. Mas bastou a Rabello corrigir o documento para continuar no quadro da Ferj – da mesma forma que aconteceu com Edilson Carvalho, que usou documento falso do colégio por anos e bastou apresentar outro diploma para ficar tudo ok.

Um dos fatores que está por trás da briga é a disputa pelo poder na estrutura sindical nacional dos árbitros. Há pouco mais de cinco anos, a Anaf elegeu José de Assis Aragão – foi quando Correa assumiu a presidencia do sindicato. E rapidamente esses grupo conquistou todas as esferas do poder, culminando com a comissão de arbitragem da CBF. O cargo, além de muito bem remunerado – entre R$ 20 mil e R$ 40 mil de salário por mês – concentra imenso poder – que é o das escalas. Observe que eu disse escala e não sorteio.

Esqueça o sorteio de árbitros. Em todo o país, ele foi transformado quase em mera formalidade. Todo tipo de modelo para assegurar a escala de um determinado árbitro já foi usado. Ex1. Indica-se dois árbitros para sortear dois jogos. Os dois têm escala garantida, um em cada partida. Ex2. Põe-se um árbitro num sorteio. Se ele perde, é colocado no seguinte e no seguinte, até que ele ganhe. Já houve árbitro que entrou em quatro sorteios na mesma rodada. Atualmente, o sorteio é inútil para seus propósitos e serve apenas como bode expiatório para problemas. Deveria ser extinto, para que as desculpas ao menos mudassem.

Os grupos que brigam pelo poder é o dos paulistas, de um lado, dos cariocas, de outro e de árbitros de Minas e DF de outro. Na última eleição da Anaf, houve três chapas e venceu Jorge Paulo Gomes, do DF, no segundo turno. A chapa paulista paulista ficou em segundo e a carioca em terceiro. Mas a divisão não é 100% estadual. Profissionais do Rio estão com Correa e vários de São Paulo, com Gomes.*

Até a queda de Armando Marques, o grupo do Rio sempre teve o poder. Em 2005, com o caso Edílson, ele foi substituído por Edson Resende, de Brasília. Este, por motivos nunca explicados, renunciou no meio de 2007 e foi substituído por Correa, que parece ameaçado agora.*

A posição da CBF é a mesma de todas as federações. Mantém o chefe da arbitragem enquanto dá. Quando ele se queima, a entidade lava as mãos. Descarta o antigo colaborador e coloca outro.

E isso é apenas um pálido retrato do subterrâneo da arbitragem brasileira. Não tenho dúvida de que aquilo que ignoro é muito mais interessante.

* texto corrigido

Fonte: por Marcelo Damato - Jornal Lancenet

Tempos depois...

 

FERJ e COAF-RJ prestam homenagem ao Presidente da CA-CBF e palestrantes

10/01/2011 - Saquarema – Numa forma de agradecimento as suas participações na pré-temporada, que teve início nesta segunda-feira (10/01), a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, como prova do reconhecimento pela constante dedicação e compromisso com a arbitragem Brasileira, homenageou o Presidente da CA-CBF, Sérgio Corrêa, além dos palestrantes Dionísio Domingos e Amélio Andino.

-“Acho que o objetivo de todos vocês que estão aqui está voltado para a arbitragem Brasileira. Procurem realizar as atividades da melhor forma possível. Agradeço o convite feito pelo Jorge Rabello e pelo Dr. Rubens Lopes para vir aqui nesta abertura e, parabéns mais uma vez, pelo trabalho que o Rio de Janeiro está realizando na sua Comissão de Arbitragem.” – disse Sérgio Corrêa, Presidente da CA-CBF.

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