Segundo o presidente da Anaf, Márcio Rezende de Freitas, a idéia é criar um fundo de reserva para cobrir eventuais "calotes", dados por alguns clubes em competições nacionais. "Na soma geral, os árbitros tem um prejuízo de pouco mais de R$130 mil, de valores não quitados pelos clubes", diz o árbitro. A Anaf recebeu a promessa do presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Armando Marques, de que esse valor seria quitado, mas até o momento o rombo continua. "O pagamento era para ser feito até o dia 15 deste mês. E ainda não foi. Por isso mesmo o caminho para negociar patrocínios ficou aberto", diz Rezende de Freitas, que espera fechar os contratos até o final da semana que vem.
Além de cobrir possíveis falhas de pagamento, uma parcela do valor arrecadado com o patrocínio - estima-se que 30% - será destinado à Escola de Arbitragem Coronel Áureo Nazareno, cujo projeto ainda não saiu do papel. "Queremos criar um local de aprendizado e enriquecimento da arbitragem brasileira".
Na Europa, os árbitros já usam o recurso do patrocínio há algum tempo. Na Espanha, o presidente da Federação Real Espanhola viabilizou a venda de parte do espaço do uniforme e o valor é convertido ao sindicato dos árbitros. Com a cota, são ministrados cursos e palestras e parte da arrecadação é dividida entre os árbitros que apitam no Espanhol. Na Alemanha, os árbitros têm patrocínio da empresa aérea Lufthansa e na Itália, de uma empresa de massas.
A busca de patrocínio é uma das fontes de renda em que a arbitragem brasileira está de olho. Outra é o direito de arena, reservado aos atletas que têm sua imagem vinculada a jogos televisionados. A Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Federal já tem em mãos um projeto do relator Bonifácio de Andrada, do PSDB-MG, que propõe a conversão de uma porcentagem do valor total das cotas de televisão para os árbitros, que alegam ser parte do espetáculo.
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