21/4/2012 - Palmeiras e Corinthians jogaram no dia 01 de maio de 2011, partida valida pela semifinal do campeonato paulista . Quase um ano depois, a partida ainda não foi completamente encerrada e pelo menos duas ações foram parar na justiça comum, uma delas contra o treinador palmeirense Luiz Felipe Scolari ainda em trâmite nos tribunais e a outra contra o humorista Marcos Chiesa (foto), mais conhecido como “Bola” do programa Pânico que ainda pertencia a grade da Rede TV. Antes de falar dos processos, vamos relembrar as polêmicas, antes, durante e depois da partida.

Jornal da Tarde antecipado sorteio dos árbitros

Por ser uma partida decisiva e que só uma equipe seguiria em frente no campeonato paulista, foi recheada de polêmicas. Houve de tudo, até mesmo antes da bola rolar. O Jornal da Tarde antecipou um dia antes do sorteio dos árbitros realizado pela Federação Paulista (FPF), que o árbitro Paulo César de Oliveira com indicação do Corinthians apitaria o clássico, o que provocou uma crise no Paulistão. De imediato, o Palmeiras pediu a troca do árbitro, a Federação garantiu que não mudaria a escala e atribuiu à denúncia do jornal como uma “mera coincidência”. Essa decisão da FPF foi muito criticada pela imprensa em geral, que foram unânimes em afirmar que outro sorteio sem a presença de Paulo César deveria ser realizado pela lisura do campeonato.

Com a recusa da FPF, a reação no Palmeiras foi a pior possível. Coube ao vice-presidente de futebol, Roberto Frizzo, dar a versão oficial do clube sobre a crise na época.

Ele bateu forte: “Depois que saiu essa matéria, o bom senso mandaria tirar o Paulo César da escala do nosso jogo. Ele já é um árbitro com quem sempre temos problemas, ainda sai uma matéria falando que ele seria o escolhido antes do sorteio, fica uma suspeita complicada. Não acreditamos em má fé, mas se o cara fizer uma m… no domingo, prejudicar o Palmeiras, vai ter torcedor nos cobrando depois do jogo”.

“Jamais faríamos um acordo com o Corinthians para definir árbitro, ainda mais esse cara. Ele nos prejudicou demais já. Pela lisura do campeonato, seria correto tirá-lo do jogo. Se ele errar domingo, para qualquer lado, vai ter confusão.” Encerrou Frizzo já antecipando o desfecho da partida.

Partida decidida nos pênaltis

Já dentro de campo, o clima foi pior ainda, no total foram 40 faltas em 57 minutos de bola rolando (17 do Palmeiras e 23 do Corinthians), seis amarelos (1 para os palmeirenses e 5 para os corintianos) e um vermelho (Danilo – Palmeiras).

A partida terminou empatada em 1x1, Leandro Amaro abriu o placar aos 52 minutos para o Palmeiras e Willian empatou para o Corinthians aos 65 minutos. Após o empate no tempo normal, a partida foi decidida nas cobranças de penalidades, o Corinthians venceu por 6x5 e se classificou para disputar e perder a final do campeonato para o Santos do astro Neymar.

Chute no Vácuo, agressões e expulsão

Como toda partida polêmica com o chileno Valdivia em campo, não poderia faltar o famoso chute no vácuo do palmeirense, no lance, ele sentiu lesão muscular e deixou a partida. Mas teve ainda outros lances apimentados, o tapa do corintiano Ralf no rosto do palmeirense Kleber que provou do seu próprio veneno foi um deles. Outro foi o carrinho desproporcional do palmeirense Danilo no corintiano Liedson que por sua vez, também foi maldoso no lance, mas só Danilo foi expulso, este de forma corretamente. Liedson foi premiado e não sofreu nenhuma conseqüência. Tudo isso, ainda no primeiro tempo da partida.

Luiz Felipe Scolari “fala muito!”

No segundo tempo, aos 35 minutos, o técnico palmeirense Luiz Felipe Scolari foi expulso pelo árbitro por, segundo consta na sumula da partida, ter feito gestos insinuando que Paulo César estaria roubando, fato informado pelo quarto árbitro (Welton Orlando Wohnrath) acarretando na expulsão do treinador. A expulsão ficou conhecida pelo famoso “fala muito”, frase dita pelo treinador Tite do Corinthians sobre as reclamações de Felipão.

Os processos

Felipão

Os ânimos ficaram exaltados e as criticas e as insinuações foram longe demais. Passaram até dos limites do próprio campo de jogo e o árbitro reagiu. Em entrevista concedida aos jornalistas, Paulo César rebateu as declarações de Felipão e dos dirigentes.

Recentemente o advogado do árbitro, Dr. Giulliano Bozzano, teria tentado fazer um acordo financeiro com o Palmeiras para retirar o processo. O clube negou. O acordo previa que Scolari deveria pagar cerca de R$ 30 mil reais ao árbitro.

Pânico - Bola

Outro exagero foi a cobertura do clássico pelo humorista do programa Pânico, Marco Chiesa, o “Bola”. Na matéria realizada nos arredores do estádio antes e na arquibancada durante o clássico pelo pânico futebol clube, Bola extrapolou varias vezes ao fazer comentários como torcedor que foi veiculada na emissora para todo Brasil. Foram varias ilações e vários xingamentos contra o árbitro como: Isso é um “ladrão”, “Ladrão filho da puta”, “compraram” o juizinho - esse “vagabundo”, esse ai se entrar na penitenciaria nunca mais sai de dentro, abriram o camburão soltaram e ele voltou pra apitar o segundo tempo, entre outros.

Resultado do acima exposto não poderia ser outro, processo nº 156.01.2011.008152-7 na 1ª vara cível da comarca de Cruzeiro, onde reside Paulo César. O processo acabou em acordo alinhavado no dia 03 de abril entre as partes e sacramentado nesta semana. Pelo acordo, o humorista vai a quantia de R$ 24.000,00 – (vinte e quatro mil reais) como indenização ao árbitro por danos morais, mais custas do processo.

Abaixo, o vídeo onde o humorista xinga o arbitro e pelo qual foi acionado na justiça.