Publicidade

 

 
 25/08/2017    07:36hs     -     atualizado 28/08/2017    08:56hs

Árbitro agredido em Alagoas mentiu em relatório e BO

Assistentes e quarto árbitro da partida prestaram depoimento à Corregedoria de Arbitragem onde afirmaram que Julio César depredou vestiário da arbitragem

Publicamos na segunda-feira (21) que o árbitro Júlio Cesar Farias-CBF/AL (foto) foi agredido juntamente com os demais membros da arbitragem na partida entre Cururipe e Santa Cruz, valida pelo campeonato alagoano sub-20, disputada no ultimo sábado (19), no estádio Gerson Amaral, em Cururipe/AL (leia).

Devido à insegurança no local onde fora realizada a partida, a equipe de arbitragem decidiu prestar queixa em outra cidade. O local escolhido foi a central integrada de fragrantes na capital Maceió onde foi lavrado, pouco depois das 23 hs, o boletim de ocorrência (BO) de número 0012-N/17-4082 (abaixo).

Publicidade

No BO, assinado pelos quatro membros da arbitragem, foi relatado que as agressões que teve início no campo de jogo, teria se estendido ao vestiário da arbitragem - que ficou depredado - onde o quarteto, segundo relatado, foi agredido com murros, tapas, chutes e ponta pés (veja BO abaixo).

Após os acontecimentos, a Federação Alagoana de Futebol suspendeu preventivamente a equipe do Coruripe de todas as competições e interditou o estádio Gerson Amaral até que o caso de agressão à arbitragem seja apurado.

Por sua vez, a diretoria do clube alagoano decidiu expulsar os jogadores envolvidos e abrir sindicância para averiguar a participação de membros da Comissão Técnica no caso. Foram expulsos: Erik Conceição da Silva; Leonardo da Silva Santos; José Wagner da Silva Santos; Aldair Teixeira dos Santos e Michael Jackson Neris.

Relatório da partida

Meia verdade

Logo após a matéria ser publicada, recebemos informações que o relatado, na rede social do árbitro e no BO,  não condizia com o que realmente teria ocorrido. Fomos atrás da verdade, ouvimos testemunhas, pesquisamos documentos os fatos apareceram de uma forma totalmente diferente da até então descrita. Segundo relatório dos dois assistentes e do quarto árbitro da partida dado ao corregedor de arbitragem da FAF, a destruição do vestiário mostrado nas fotos abaixo foi causada pelo próprio árbitro que indignado e enfurecido com o ocorrido, depredou o vestiário destruindo a pia, o vazo sanitário e a porta usando uma anilha de cinco quilos e pediu para que fossem tiradas fotos para que pudesse dizer que as agressões foram no local, pois jogaria a culpa nos jogadores da equipe mandante como forma de vingança.

Vestiário destruído (anilha no detalhe)

Ocorre que no boletim de ocorrências foi relatado que a agressão ocorreu dentro do vestiário que ficou totalmente destruído. conforme relatado abaixo.

Utilizando o mesmo modelo do documento e praticamente as mesmas palavras, o assistente Raimundo Freitas e o quarto árbitro Márcio Oliveira confirmaram o descrito pela assistente Ana Paula (veja abaixo).

 

Ana Paula, Márcio dos Santos, Roberto José, Julio César e Francisco Freitas

Nota do Apitonacional

Além do relatado ser atitude altamente condenável e desabonadora para qualquer ser humano, para um árbitro, principalmente do quadro nacional da CBF, é algo inimaginável tendo em vista que recebem treinamentos em todos os pilares, entre eles o psicológico, para suportarem todo tipo de pressão e com serenidade pacificar qualquer ambiente hostil. A atitude do árbitro e dos demais membros da arbitragem que corroboraram com uma mentira ao assinarem o BO, denigre ainda mais a tão desacreditada imagem da arbitragem, além de que pode trazer sérias conseqüências aos árbitros, pois podem responder por falsa comunicação de crime (Art. 340 do CPB) e depredação de patrimônio publico, pois o estádio é municipal.

Assim como é defensor da arbitragem nos momentos que julga necessário, o Apitonacional condena as atitudes relatadas nessa matéria pelos árbitros e cobra que "todos" sejam punidos conforme os crimes que cometeram. É inadmissível que pessoas adultas, experientes e vividas com os assuntos da arbitragem concordem em fazer parte de uma farsa tipificada criminalmente e venham depois relatar que estavam confusos como forma de justificar a má conduta e tentar escapar de uma punição ainda maior.

ARTIGO 340 CPB: "Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:" Pena: Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
Vandalismo

Providencias

Baseados nas informações das testemunhas e dos seus jogadores de que não entraram em nenhum momento nos vestiários da arbitragem, a diretoria do Cururipe fez BO representando os árbitros  e contratou pericia criminal para apurar todos os fatos.

Uma fonte dentro da Federação Alagoana de Futebol relatou que a entidade foi informada dos novos fatos e que aguarda relatório do corregedor de arbitragem, Osvaldo Junior, que será encaminhado à comissão de arbitragem e ao TJD-AL para as que as devidas providências sejam tomadas.

Segundo ainda as informações, o árbitro Júlio César Farias ainda não compareceu a sede da FAF para dar qualquer explicação.

O que eles disseram

Procuramos a comissão de arbitragem da FAF que respondeu estar ciente dos novos fatos, mas que vai aguardar as investigações da corregedoria para se pronunciar e tomar as devidas providências.

Já o árbitro Júlio Cesar disse estar surpreso e triste pelas novas informações que passamos a ele, mas que de forma alguma iria divergir na sua defesa que seguira afirmando até o fim porque, segundo ele, só Deus sabe o que eles passaram naquele vestiário.

Procurados, os assistentes e o quarto árbitro não retornaram o contato.

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

Publicidade

 

Copyright © 2009     -     www.apitonacional.com.br ® Todos os direitos reservados