“Se tratando de pessoa, a
partir do momento que você não tem um profissional do
apito que tenha estabilidade de vida, que não seja
cobrado dele, uma prestação de conta, de documentos que
traga idoneidade a ele, como comprovante de renda, ele
acaba muito susceptível de assedio”, ressaltou.
Apesar das revelações, Bitz
completa, “nos preocupa, mas até que prove o contrário
todas as pessoas são honestas”. Porém, Bitz não
esclareceu porque não denunciou o assedio quando ocorreu
e sendo militar o porque que não tomou nenhuma atitude
fazendo somente agora que abandonou a carreira.
Nota do Safego
Para o Sindicato dos
Árbitros de Futebol do Estado de Goiás, muito embora se
constituindo um fenômeno inerente ao mundo moderno,
produto das políticas neoliberais e psicopatias
cotidianas geradas por forças de um sistema capitalista
desumano e injusto, que visa tão somente o lucro e, por
conseqüência, o acúmulo de bens materiais e na busca
insana da realização pessoal e da felicidade imediata,
não se pode negar a veiculação venenosa do assédio, do
suborno ou outros tipos de atitudes que afrontam,
desafiam ou destroem uma escala de valores que, em sua
essência, acompanha o desenvolvimento do ser humano, do
ser gente.
O sindicato ressalta que como cidadãos
do mundo estamos inseridos na tessitura dessa sociedade,
porém ainda somos daqueles que, porque praticam crêem,
no bem, na honestidade, na dignidade das pessoas, não
importa qual seja seu campo de atuação. Não importa seu
nível social ou sua estabilidade financeira... Não se
aprende a ser honesto por força de um decreto ou de uma
lei, mas pela índole que traz consigo, pelo caráter
moldado ao longo de uma vida desde o berço... Se apenas
os trabalhadores pobres, que não alcançaram “grande
estabilidade financeira” estivessem vulneráveis às
atitudes de compra e venda de sua dignidade, certamente
os noticiários não navegariam por entre outros níveis
sociais à cata de nomes que não só “preocupam”, mas que
ferem os princípios do bem comum.
Na nota, o Safego diz que tanto o ato de
“assediar” quanto “ser assediado” não é algo assim tão
simples e comum, que isso não se faz num estalar de
dedos. Quem assedia está assinando seu atestado de quem
não sabe lidar com a diversidade da vida: os ganhos e as
perdas, as alegrias e as tristezas, vitórias ou
derrotas, pois, são pessoas que querem ganhar sempre,
querem permanecer no pódio para sempre. Por outro lado,
a própria postura, as atitudes, o jeito de ser de uma
pessoa, de um profissional, já se apresentam como
barreiras para possíveis aproximações das propostas
desonestas. No contexto de milhões de pessoas, com
certeza, existem aquelas, e que não são poucas nem
raras, que acreditam que não vale a pena o imaginário de
se levar vantagem em tudo.
É mais fácil e mais rápido, que a
sociedade fique de “pé atrás” diante de certas
afirmativas maldosas, mesmo que infundadas, do que
gastar um tempo para analisar, a partir do testemunho de
vida real. Como disse Rui Barbosa:‘De
tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar
a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto
ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar da virtude...”
Aos companheiros, não se deixem envolver
pela hostilidade, mas continuem firmes no intuito de
arbitrar bem, com imparcialidade, controle emocional e
aguçado poder de decisão, finalizou a nota.