Lambanças, erros e polêmicas da arbitragem marcaram muitos jogos na
história das Copas. O pênalti marcado em Fred a favor do Brasil
contra a Croácia foi apenas mais um.
Lances duvidosos ou claros já
determinaram o fracasso ou o sucesso de muita gente. A primeira
atrapalhada que ficou famosa em Mundiais foi logo na primeira
edição.
1930
- Brasil 6 x 5 Polônia
Na Copa, o árbitro brasileiro Almeida Rego apitou o fim do jogo
entre Argentina e França, aos 39min do segundo tempo, três minutos
depois de a equipe argentina ter aberto o placar. O erro gerou muita
confusão e os torcedores protestaram. Só sossegaram quando o juiz
trouxe os times de volta para jogar o tempo restante.
1938
- Brasil 6 x 5 Polônia
Na vitória do Brasil sobre a Polônia por 6 a 5, na prorrogação,
Leônidas da Silva marcou, sem chuteiras, um gol. O gramado estava
encharcado e o calçado se soltou do pé do atleta. A partida, que era
eliminatória, valeu pela primeira fase do torneio na França.
1938
- Itália 2 x 1 Brasil
Em 1938, o lance que gerou muita polêmica foi o pênalti cometido
pelo brasileiro Domingos da Guia no italiano Piola. A penalidade
máxima foi convertida em gol, e o Brasil perdeu por 2 a 1, na
semifinal. Segundo o zagueiro da seleção, ele deu uma entrada
normal, comum nas partidas. Em entrevista gravada para a TV Cultura
em 1993, Domingos da Guia lamentou a decisão de o árbitro ter dado o
pênalti.
"O Piola segurou a bola com
a perna e eu cheguei na perna do Piola, não dei um pontapé violento.
Cheguei normalmente como chega um zagueiro no centroavante. O Piola
caiu", afirmou Domingos da Guia, que disse que não entendeu o
que o árbitro tinha apitado.
"O juiz, que era húngaro
[na verdade, era suíço], chegou a minha pessoa e falou
'urururururururu', disse em húngaro. E falou para ele também. Tive a
impressão que nós dois tínhamos sido punidos e expulsos. Ao sair de
campo, senti que o bandeirinha não deixou eu sair. Então, não fui
expulso e voltei, mas o juiz estava com a bola na mão e levou a bola
para dar o pênalti contra o Brasil", disse Domingos da Guia.
1954
- Alemanha Ocidental 3 x 2 Hungria
Final entre Alemanha Ocidental e Hungria. A partida estava 3 a 2
para os alemães aos 40min do segundo tempo quando Puskas empatou o
jogo, mas o árbitro inglês William Ling anotou um impedimento, o que
gerou muitos protestos dos húngaros. Assim, o placar não mudou mais.
1954
- Hungria 4 x 2 Brasil
O Brasil foi outro time que reclamou da arbitragem no Mundial de
1954. Ao cair nas quartas de final diante da Hungria por 4 a 2, os
brasileiros reclamaram muito da atuação da arbitragem em uma partida
que foi muito tensa. No jogo, dois brasileiros e um húngaro foram
expulsos. O juiz inglês Arthur Ellis chegou a ser xingado de
"comunista" pela delegação brasileira por supostamente ter ajudado
seu oponente, aliado da União Soviética.
1958
- Alemanha Ocidental 2 x 2 Tchecoslováquia
Novamente o inglês Arthur Ellis validou um gol inexistente para a
Alemanha Ocidental no empate de 2 a 2 contra a Tchecoslováquia. No
lance, o goleiro tcheco saltou e pegou a bola, mas foi empurrado e
acabou caindo. Além de não apitar a falta, o juiz entendeu que o
goleiro caiu com a bola dentro do gol. Depois do lance, o goleiro
ficou deitado sobre a linha enquanto fotógrafos invadiram o campo
para tirar fotos.
1962
- Brasil 2 x 1 Espanha
O Brasil foi favorecido com dois erros seguidos na vitória sobre a
Espanha por 2 a 1 na fase de grupos da Copa de 1962. Primeiro, o
juiz chileno Sergio Bustamante deixou de dar um pênalti cometido por
Nilton Santos. O brasileiro fez falta dentro da área e deu alguns
passos para frente. O juiz deu apenas falta, e não a penalidade
máxima.
|
Pênalti de Nilton Santos em cima do atacante espanhol
Enrique Collar na partida contra a Espanha na Copa
do Mundo de 1962 não assinalado pelo árbitro
chileno Sergio Bustamante |
Na cobrança da infração, a
bola foi cruzada na área, a defesa brasileira rebateu e na seqüência
a Espanha fez o gol, em uma jogada de bicicleta. Estranhamente, o
juiz anulou o gol.
1966
- Alemanha Ocidental 4 x 0 Uruguai
Nas quartas de final da Copa de 1966, durante a vitória de 4 a 0 da
Alemanha Ocidental sobre o Uruguai, o árbitro inglês Jim Finney
interpretou que o alemão Karl-Heinz Schnellinger usou a cabeça para
impedir que a bola entrasse ao gol. Os atletas uruguaios se
desesperaram e fizeram gestos que o alemão colocou a mão na bola
para evitar o gol. Apesar dos protestos, o juiz não deu o pênalti.
1966
- Inglaterra 4 x 2 Alemanha Ocidental
Um lance que ficou muito famoso na história das Copas foi o que
ocorreu na final do Mundial de 1966 entre Inglaterra e Alemanha
Ocidental. A decisão estava na prorrogação (depois de um empate de 2
a 2) quando o inglês Geoff Hurst chutou forte. A bola bateu no
travessão e, com muita velocidade, quicou no gramado. Para o juiz
suíço Gottfried Dienst, a bola entrou. Os alemães reclamaram muito
dessa decisão.
1970
- Itália 0 x 0 Israel
O juiz brasileiro Ayrton Vieira de Morais anulou dois gols da
seleção italiana, alegando dois duvidosos impedimentos, no empate de
0 a 0 contra Israel, na fase de grupos. Os jogadores se queixaram da
decisão que impediu a vitória da Azzurra, mas não evitou a
classificação da equipe em primeiro lugar do Grupo 2.
1970
- Brasil 3 x 1 Uruguai
Na semifinal entre Brasil e Uruguai, Pelé sofreu um pisão de Fontes,
que não foi expulso. Em outra jogada entre os dois, o brasileiro
correu com a bola e, quando o uruguaio se aproximou, deu uma
violenta cotovelada no rival. Apesar da agressão, o atleta também
não foi excluído de campo. O juiz foi o espanhol Jose Maria Ortiz de
Mendibil.
1978
- Suécia 1 x 1 Brasil
A primeira partida da seleção na Copa da Argentina acabou empatada
por 1 a 1 contra a Suécia. Só que o Brasil chegou a fazer o segundo
gol, depois de cobrança de escanteio, Zico subiu e cabeceou a bola
que foi parar no fundo do gol aos 45min do segundo tempo. Só que o
juiz galês Clive Thomas terminou o jogo, em vez de dar o gol, com
alegação de ter dado o apito final antes de a bola entrar. Os
jogadores protestaram com o árbitro, enquanto os suecos comemoravam.
1982
- Brasil 2 x 1 União Soviética
Na estréia da seleção na Copa de 1982, contra a União Soviética, o
juiz espanhol Augusto Lamo Castillo ajudou o Brasil ao não anotar um
pênalti feito por Luisinho que empurrou e derrubou Ramaz Shengelia
na área. O Brasil venceu a partida por 2 a 1.
1982
- Itália 3 x 2 Brasil
Na segunda fase do Mundial, na decisiva partida contra a Itália, o
árbitro israelense Abraham Klein não apitou pênalti, com o puxão
dado pelo italiano Gentile em Zico na área. Depois do lance, o
brasileiro em direção do árbitro e mostrou a camisa rasgada.
|
Pênalti
do italiano Gentile em cima de Zico não marcado pelo
árbitro Abraham Klein |
Se o Brasil reclamou do puxão
sofrido por Zico na área, a Itália também teve motivo para reclamar,
com razão, da arbitragem, que anulou um gol de Antognoni, que tinha
posição legal.
1986
- Brasil 1 x 0 Espanha
Na primeira partida do Brasil no Mundial de 1986, contra a Espanha,
o juiz australiano Christopher Bambridge não deu um gol para a
equipe espanhola, após um forte chute de Francisco. A bola tocou no
travessão, quicou no gol e saiu. O Brasil acabou como vencedor desse
jogo por 1 a 0.
1986
- Argentina 2 x 1 Inglaterra
Um dos erros mais repercutidos na história da Copa do Mundo. "A mão
de Deus", como o lance foi batizado por Diego Maradona, apareceu nas
quartas de final do torneio disputado no México. Em bola aérea,
Maradona saltou junto com o goleiro inglês Peter Shilton e usou a
mão para fazer o gol, enganando o árbitro tunisiano Ali Bennaceur.
1990
- Alemanha Ocidental 1 x 0 Argentina
O árbitro mexicano Edgardo Codesal Mendez foi alvo da ira dos
jogadores argentinos após apitar o pênalti para a Alemanha, de
Monzón em Völler, na final da competição italiana. Muito nervosos,
os argentinos cercaram e empurraram o juiz, que não mudou de idéia.
O pênalti foi cobrado, o gol saiu e a Alemanha venceu a decisão por
1 a 0.
1994
- Alemanha 3 x 2 Bélgica
A Alemanha venceu a Bélgica por 3 a 2 nas oitavas de final da Copa
nos Estados Unidos, mas o árbitro suíço Kurt Roethlisberger deixou
de marcar um pênalti para os belgas. Após ser lançado, Josip Weber
dominou, invadiu a área e foi derrubado.
1994
- Brasil 3 x 2 Holanda
Nas quartas de final do Mundial, o Brasil chegou ao seu terceiro gol
na vitória sobre a Holanda por 3 a 2, em um gol de falta de Branco.
O próprio lateral foi quem sofreu a falta, apitada corretamente pelo
juiz Rodrigo Badilla Sequeira, da Costa Rica. Mas o erro foi que,
antes de Branco receber o pontapé, o brasileiro acertou o braço no
rosto do seu marcador, que ficou caído no gramado.
1998
- Itália 2 x 2 Chile
Um empate foi arrancado pela seleção italiana, em sua estréia na
Copa da França, por 2 a 2 diante do Chile, com um pênalti polêmico.
A Itália perdia por 2 a 1, quando Roberto Baggio chutou a bola, que
bateu no braço do seu marcador na área. O juiz Lucien Bouchardeau,
de Níger, apitou o pênalti. Baggio bateu e fez.
2002
- Brasil 2 x 1 Turquia
Foi uma dura estréia para o Brasil, contra a Turquia, na Copa da
Coréia do Sul e do Japão. A seleção venceu devido a um pênalti mal
marcado pelo árbitro sul-coreano Kim Young-Joo. O centroavante
Luizão foi puxado fora da área, mas caiu dentro dela. O pênalti foi
dado, e Rivaldo fez 2 a 1, placar final da partida.
2002
- Coréia do Sul 2 x 1 Itália
A atuação do árbitro equatoriano Byron Moreno gerou revolta da
seleção da Itália na derrota para a Coréia do Sul por 2 a 1,na
prorrogação, nas oitavas de final da Copa de 2002. O juiz anulou um
gol legal de Tommasi, marcando impedimento, deixou de dar um pênalti
sofrido por Totti e, nesse lance, ainda mostrou um cartão vermelho
ao meia italiano. Alegação foi que o jogador teria simulado pênalti.
2002
- Coréia do Sul 0 (5) x 0 (3) Espanha
A Espanha teve dois gols legítimos anulados na partida contra a
Coréia do Sul, nas quartas de final. O jogo e a prorrogação
terminaram 0 a 0, e os sul-coreanos venceram por 5 a 3 na decisão
por pênaltis. O juiz Gamal Ghandour errou ao apitar que a bola saiu
de campo no cruzamento de Joaquin que resultou no gol. O outro erro
foi invalidar um gol, após a bola ser cruzada na área. Não houve
impedimento nem falta.