A importância do quarto árbitro, o anjo da guarda do apito

Em um jogo de futebol, o alvo principal dos xingamentos e esculhambações são os árbitros. Mas qual será realmente a importância do árbitro, você sabia que o 4º árbitro tem suma importância também na partida? Pois é, o Ex-Árbitro FIFA Wilson de Souza Mendonça esclarece no vídeo mais essa dúvida.

O quarto árbitro será o substituto imediato de qualquer um dos componentes do trio de arbitragem que não reunir condições para seguir atuando na partida.

O quarto árbitro ajudará em todo o processo para instalação da partida. Participará diretamente da confecção da súmula, tomando todo o cuidado para não haver erro ou rasura. Tomará o conhecimento sobre o policiamento e seu efetivo no local do jogo. Fará todas as anotações necessárias para elaboração final da súmula, e nas que vão ser usadas no relatório do árbitro ou um possível relatório de sua autoria a ser enviado a entidade promotora do evento.

Durante a partida será responsável pelos processos de substituições. Ao final do último minuto de cada tempo, por determinação do árbitro, o quarto árbitro comunicará às equipes, aos bancos de reservas, aos torcedores e a todos os presentes através de uma placa a quantidade de

minutos que serão acrescidos.

O quarto árbitro deve informar ao árbitro do comportamento incorreto de qualquer pessoa dentro da área técnica e esta denúncia será feita primeiramente ao assistente nº 1, que, por sua vez, notificará o árbitro.

A inspeção dos equipamentos dos jogadores substitutos será sua responsabilidade e em caso de não corresponder com as leis do jogo, o árbitro deverá ser notificado.

O quarto árbitro assistirá o árbitro também dentro do campo de jogo. Esse auxilio será feito quando nos casos de uma advertência equivocada por parte do árbitro que confundiu a identidade do jogador, numa possível não expulsão pelo segundo cartão amarelo (na mesma partida) ou se o jogador é culpado de conduta violenta fora do campo de visão do árbitro ou dos assistentes.

Também deverá:

1. Assistir o árbitro em todo o momento, ou seja, está encarregado de auxiliá-lo em todos os trabalhos administrativos antes, durante e após o jogo;

2. É o substituto imediato de qualquer um dos componentes do trio de arbitragem que não reunir condições para atuar na partida, a menos que um árbitro assistente reserva tenha sido designado;

3. Coordenar o processo de substituições durante o jogo;

4. Concomitantemente ao trio de arbitragem, cronometrar o tempo da partida;

5. Se necessário, controlar a substituição de bolas, a pedido do árbitro, tendo em conta que a perda de tempo deve ser reduzida ao mínimo;

6. Identificar os ocupantes da área técnica antes do início da partida,
reforçando que é proibida a presença de dirigentes no banco de suplentes;

7. Atentar para os eventuais incidentes que ocorram fora do campo de visão do árbitro e dos árbitros assistentes, ou seja, deverá manter constantemente um contato visual com o trio arbitral para todo problema que possa surgir;

8. Tem a prerrogativa de intervir discretamente junto ao árbitro-assistente n° 1 em caso de erro manifesto do árbitro, como por exemplo jogador já advertido com cartão amarelo, erro no número de jogadores etc. Porém, o árbitro mantém a autoridade para decidir sobre todos os fatos em relação ao jogo;

9. Proibir a presença de monitores de televisão junto ao seu campo de atuação, para evitar novas controvérsias como a ocorrida na partida entre Brasil e Egito pela na Taça das Confederações (decisão da Fifa);

10. Acompanhar o atendimento médico dos atletas lesionados que forem removidos para fora do campo de jogo (observar sangramentos e se as medidas paliativas estão adequadas – faixas, suturas, etc.);

11. Indicar ao final do último minuto de cada tempo às equipes, aos bancos de reservas, aos torcedores e a todos os presentes através de uma placa, por determinação do árbitro, a quantidade de minutos que serão acrescidos ao tempo do jogo;

12. Informar ao árbitro quanto aos atos de indisciplina de jogadores, membros da comissão técnica, dirigentes e torcedores, não tolerando condutas que desafiem sua autoridade, tomando as medidas razoáveis conforme as regras do jogo. Esta denúncia será feita primeiramente ao assistente nº 1, que, por sua vez, notificará o árbitro;

13. Não conceder entrevistas inoportunas ou dar declarações sobre lances de interpretação técnica e disciplinar do jogo;

14. Comparecer ao local da partida com antecedência mínima de 02 horas para, juntamente com o time de arbitragem, verificar as condições necessárias à sua realização e adotar as medidas necessárias no sentido de serem supridas as deficiências encontradas, mencionando-as no relatório de jogo;

15. Usar traje compatível com seu ofício, bem como equipamento e uniformes oficialmente estabelecidos pelo Comitê Técnico de Arbitragem (evitar chuteiras de cores aberrantes; uniformes sujos e rasgados; barba por fazer e cabelos excessivamente grandes, etc.)

16. Primar pelo seu trabalho, observando as pessoas nos arredores de seu campo de atuação, principalmente a imprensa, policiamento, equipe médica, maqueiros, gandulas, etc.;

17. Manter contato de cooperação com o Delegado/Representante do jogo;

18. Certificar que o atleta expulso ou membro da comissão técnica excluído deixou os arredores do campo de jogo;

19. Prestar atenção que durante as partidas, somente os atletas e os árbitros poderão permanecer dentro do campo de jogo, sendo proibida a entrada de dirigentes, repórteres ou qualquer outra pessoa;

20. Apoiar o árbitro quanto às comemorações dos gols, objetivando vetar festejos e gestos provocativos que ridicularizam ou menosprezam jogadores e torcedores adversários, evitando revides, agressões e até brigas generalizadas;

21. Se informar perante as autoridades locais e comunicar ao árbitro se o Hino Nacional Brasileiro, prevista em Lei Municipal, é de execução obrigatória nos eventos esportivos (observar se tocado por banda de música, militares, sonorização etc.), bem como se haverá alguma entrega de premiação ou pontapé inicial de autoridades;

22. Auxiliar diretamente o trio de arbitragem, para se dar início e reinício da partida, na retirada do campo de jogo de pessoas estranhas, a exemplo da imprensa, preparador de goleiros etc.;

23. Inspecionar os equipamentos dos atletas (regra 4) antes do início da partida e dos substituídos antes de adentrarem ao terreno de jogo, certificando que nenhum jogador está usando qualquer objeto ou ornamento que possa oferecer perigo aos outros atletas e a si próprio como piercing, brincos, pulseiras, cordões, colares, braceletes, anéis, alianças etc., sendo proibido cobri-los com esparadrapo ou similar. (observar o tópico atinente aos equipamentos modernos de proteção dos jogadores – regra 04);

24. Observar que o uso de short térmico é permitido, desde que sua coloração seja a predominante dos calções;

25. É proibido lançar bolsas de água ou qualquer outro tipo de recipiente com água no campo de jogo;

26. Supervisionar a área técnica de forma preventiva (ser precavido), evitando confrontação;

27. Auxiliar e atentar para elaboração dos relatórios, conferindo e relatando todas as ocorrências com clareza e exatidão. Deve-se evitar a pressa. Afinal, os relatórios do jogo é o registro oficial.

28. Evitar o uso de aparelho celular, televisores e rádios nos vestiários, sobretudo antes e durante o intervalo do jogo;

29. Combater eficazmente os protestos gestuais, especialmente se repetitivos ou com algazarras, praticados pelos membros da comissão técnica, devendo ser coibidas com rigor;

30. Dar o máximo de atenção às áreas de invisibilidade do árbitro, auxiliando-o nos acontecimentos acaso ocorram;

31. Ter sempre em foco seu dever de urbanidade, conduta ilibada, elevada postura moral, devendo ser ativo e firme;

32. Fazer a leitura do jogo, isto é, ter a percepção de como o jogo flui, pois isso influi diretamente no comportamento dos atletas, dirigentes, torcedores e comissão técnica;

33. Buscar o grau máximo de concentração durante toda a partida, haja vista que poderá assessorar o árbitro nas informações precisas sobre casos de agressões, embates coletivos ou outras perturbações da ordem, principalmente identificando os envolvidos;

34. Conferir conjuntamente e cuidadosamente com o representante da partida a documentação dos atletas, observando atentamente se o número estampado nas camisas está conforme ao descrito na relação dos jogadores;

35. Comunicar com exatidão ao árbitro sobre as cores dos uniformes de ambas as equipes, inclusive dos goleiros; deliberando, se possível ainda no vestiário, prováveis controvérsias;

36. Fazer obrigatoriamente as anotações de todas as ocorrências durante a partida;

37. Observar atentamente às áreas técnicas e o trabalho dos gandulas, pois sua função é dar dinâmica ao jogo;

38. Calibrar as bolas oficiais que irão para o jogo;

39. Atuar de forma dinâmica e prestar apoio logístico aos demais integrantes da arbitragem;

40. Estar sempre em alerta (prontidão) para eventual intervenção rápida. Não deve se comportar como um espectador da partida;

41. É terminantemente proibida a permanência no vestiário, antes, durante e depois da partida, de pessoas que não estejam designadas para funcionar na partida, como por exemplo, árbitros de folga, ex-árbitros, observadores, visitantes, imprensa em geral, dirigentes etc., por mais privilegiada que seja, devendo relatar as ocorrências caso ocorram;

42. Avisar ao Comitê Técnico de Arbitragem, pela via de comunicação mais rápida, da impossibilidade do comparecimento, por motivo de força maior, nos jogos em que for designado, apresentando, posteriormente, a justificativa de sua ausência.

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